Com a ausência do atacante artilheiro Lucca, que se recupera de uma lesão na coxa direita para voltar a ficar à disposição na última rodada do Campeonato Paulista, o experiente zagueiro Fabrício assumiu a faixa de capitão e o papel de principal líder da Ponte Preta na humilhante derrota por 5 a 0 para o Corinthians, no último sábado (12), em Itaquera.
Com a mesma idade de Lucca, o defensor de 32 anos assumiu a bronca tanto dentro quanto fora de campo no momento mais difícil da Macaca na temporada, e nos últimos tempos, diante do iminente rebaixamento à Série A2. Mesmo ainda sob o calor da derrota, Fabrício não fugiu da responsabilidade e deu as caras na saída do gramado da Neo Química Arena, em São Paulo, logo após o apito final da partida contra o Timão. Além disso, ele também não se escondeu durante a preparação da equipe para o jogo final decisivo da primeira fase do Paulistão e concedeu entrevista coletiva na última terça-feira (15), no CT Jardim Eulina.
“Na minha carreira, eu sempre tive essa característica de me impor e de encarar a situação de frente nesses momentos difíceis. Não vai ser agora que eu não vou estar com essa postura para ajudar os meus companheiros. Nessas horas, o principal é tentar ter cabeça fria e clareza para trabalhar bastante e corrigir os erros. A gente está focado para fazer o nosso papel, conquistar a vitória no sábado e, se Deus quiser, não ter esse descenso”, afirmou Fabrício.
Logo após o terceiro gol do Corinthians, marcado pelo atacante Gustavo Mosquito no último lance do primeiro tempo, Fabrício foi flagrado cobrando seus companheiros de forma bastante ríspida ainda antes da bola cruzar a linha do gol. Questionado sobre ser um dos poucos jogadores da equipe que demonstraram revolta pela goleada sofrida contra o Corinthians, o zagueiro colocou panos quentes e afirmou que todos os atletas sentem a mesma indignação, mas cada um expressa à sua maneira.
“Cada ser humano reage e externaliza de uma forma. Tenho certeza de que todo mundo está indignado com a situação. Ninguém está satisfeito. Vejo isso na cara de todo mundo durante o dia a dia no trabalho. O grupo está bem focado e disposto a dar a volta por cima e tirar a Ponte dessa situação”, garantiu Fabrício.
O zagueiro pontepretano também refletiu sobre os motivos que levaram a Ponte Preta a protagonizar uma de suas piores campanhas na história do Campeonato Paulista. Lanterna do Grupo D e penúltima colocada geral, com apenas oito pontos em 11 jogos, a Macaca perdeu sete partidas, empatou duas vezes e venceu apenas dois adversários em todo o campeonato, sendo que um deles, o Novorizontino, foi rebaixado com três rodadas de antecedência.
“A gente teve uma pré-temporada muito complicada, com bastante casos de Covid, e isso atrapalhou muito a nossa preparação. A gente sabe da exigência que é jogar um Paulistão, você enfrentar uma maratona de jogos, então quando você perde 10 dias de um período que já é estreito e curto para o trabalho, isso talvez não seja notado no primeiro ou no segundo jogo, mas pesa no decorrer do campeonato. Mas isso não é muleta e a gente sabe da nossa responsabilidade”, assumiu Fabrício.
Para escapar do desastroso rebaixamento estadual, a Ponte Preta precisa vencer o Ituano neste próximo sábado (19), às 16h, no estádio Moisés Lucarelli. Além disso, precisa torcer para que Ferroviária ou Santos façam no máximo um ponto.
“Precisamos estar bem atentos para que os erros não aconteçam no próximo jogo e a gente faça o nosso dever de casa. Esperamos conseguir chegar dentro daquilo que o professor trabalha e alcançar a excelência para executar o futebol e conseguir conquistar a vitória, porque a Ponte merece, principalmente o torcedor”, completou Fabrício.