O fechamento dos parques públicos de Campinas completou um mês nesta sexta-feira (24). A determinação da Prefeitura aconteceu em 24 de janeiro, quando um eucalipto caiu e matou a menina Isabela Firmino Tiburcio, de 7 anos, dentro da Lagoa do Taquaral.
Desde então, a Administração passou a ser cobrada sobre as condições das árvores na cidade, afetadas pelas chuvas dos últimos dias. Como resposta, ações em regime de urgência foram tomadas, gerando polêmicas e mudanças na paisagem de Campinas.
Nos últimos 30 dias, podas e extrações foram realizadas por parte da Prefeitura, sob apoios e também protestos por parte da população. Ambientalistas acusam falta de critério nas ações, mas a Prefeitura garante exercer o trabalho amparada por laudos. Um deles aponta a necessidade de extração de 181 árvores na Lagoa do Taquaral. As remoções começam na próxima semana.
“Análises técnicas realizadas por agrônomos, que verificaram cada uma das espécies na Lagoa do Taquaral, indicam que 181 árvores têm algum risco de queda e, por isso, elas serão extraídas”, explica o secretário de Serviços Público de Campinas, Ernesto Paulella.
“As remoções começam na semana que vem e devem durar cerca de sete dias”, reforça o secretário. “Hoje (sexta-feira), terminaremos a poda que está sendo realizada nos galhos projetados em volta do perímetro externo da Lagoa.”
Ainda na Lagoa do Taquaral, 25 eucaliptos foram extraídos após o acidente fatal. O destino dos demais ainda depende da análise da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
A Lagoa segue fechada por tempo indeterminado, assim como outros 15 parques de Campinas – desde a determinação da Prefeitura, há um mês, nove foram reabertos após análises. “Ficou constatado que nesses nove parques não existe risco para as árvores”, afirma Paulella.
Bosque dos Jequitibás
O Bosque dos Jequitibás também segue fechado. O espaço está em processo de inspeção, depois da poda dos galhos rentes ao alambrado, projetados sobre as vias ao redor.
Na última semana de 2022, uma figueira branca caiu em cima de um carro na Rua General Marcondes Salgado e matou o motorista Guilherme da Silva, de 36 anos. Desde então, cinco árvores do Bosque foram removidas.
Já o Bosque dos Italianos, no Jardim Guanabara, deve ser reaberto nos próximos dias, segundo Paulella. O Departamento de Parques e Jardins (DPJ) terminou nesta sexta-feira a poda dos galhos das árvores do local.
“Na próxima semana, iniciaremos as podas no Bosque dos Alemães, também no Guanabara”, informa o secretário.
Remoções à vista
Paulella diz que Secretaria tem o inventário de 30.500 árvores de Campinas e as análises indicam a necessidade de remoção de algumas delas que acontecerão a partir de março.
Neste mês de fevereiro, 27 árvores no trecho entre as Avenidas Francisco Glicério e Abolição foram extraídas, o que alterou bastante a paisagem de uma parte do Centro. No total, o município conta hoje com cerca de 750 mil árvores adultas, número que coloca Campinas como a segunda cidade mais arborizada do país.