“Passamos um tempo fazendo algum trabalho, conversamos bastante e depois paramos para tomar um cafezinho”. A religiosa Valdete Menossi Hilara define dessa maneira a rotina de um grupo de mulheres, todas às terças-feiras, das 14h às 16h30, nas dependências da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Georgina, em Campinas. O “algum trabalho” citado nada mais é do que as aulas de artesanato, que se transformaram em um bom atrativo para gerar convivência no local.
Agora, no entanto, a rotina simples ganhará um novo propósito. Além de ser um meio de comunhão entre as senhoras, as atividades também servirão de preparação para uma exposição. O resultado do trabalho estará disponível para ser conferido na Feira de Artesanato, neste sábado (15), a partir das 9h30, na sede da comunidade. O evento também contará com uma banca de pastel e refrigerante. “Convenci elas a exporem aquilo que aprendem e desenvolvem”, diz Valdete, de 59 anos, apoiadora do grupo.
A última feira no local foi realizada ainda antes da pandemia, no final do ano, mas sem muita adesão, conta Valdete. “Só tinha a participação dos membros da comunidade e uma comprava da outra. Agora, será aberto ao público. A intenção é começar a fazer duas feiras por ano, uma delas sempre na época de Natal.” Ela afirma que há “senhorinhas” habilidosas nos trabalhos de pintura, crochê e bordado.
“Nossa força é pano de prato. Mas há quem pinte e borde jogos de toalhas e ainda quem faça excelentes pinturas em vasos de cerâmica”, elogia.
Valdete cita que o principal objetivo da feira é incentivar as mulheres a prosseguirem nas reuniões e atrair a participação de mais pessoas nas aulas. “Eu gosto de dizer que ajudo as senhoras a ter momentos de descontração. Sou mais uma com elas.”
As aulas de artesanato começaram na comunidade de forma despretensiosa e até hoje seguem assim, diz Valdete, que está há dez anos envolvida com o trabalho, mas contabiliza cerca de três décadas o tempo da atividade no local. Cerca de nove mulheres entre 60 e 85 anos participam das reuniões e não há uma professora fixa. “Quem sabe vai ensinando a outra”, conta a apoiadora. A meta é que a socialização não seja perdida e a busca por mais participantes é intensa. “Estamos tentando trazer mais pessoas, mas está difícil. A maioria acaba aprendendo pela internet”, lamenta a membra da comunidade.