Katiúscia Ribeiro, filósofa e mestra em filosofia africana, foi às redes sociais para falar sobre o “absurdo” ocorrido durante sua participação na palestra virtual do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. No evento organizado pelo Centro Acadêmico de Filosofia (CAFil) da Unicamp, Katiúsca sofreu ataques racistas e sexistas. Nesta quinta-feira (22), a Unicamp divulgou uma nota de repúdio.
A palestra em questão ocorreu em 24 de março, mas apenas nesta quarta-feira (21) veio a público, por meio de postagem feita pela filósofa no Instagram. “Nesse evento ocorreram invasões à sala de transmissão e atos de violência com diversos xingamentos racistas e sexistas. Inclusive, alguns falaram que ali não era meu lugar, que o lugar de mulher é na cozinha e que merecemos ser estupradas e o pênis enfiado na garganta para nos silenciar, sendo apresentado vídeos contendo imagens de estupros e mais xingamentos”, relatou Katiúsca no Instagram.
“Atenção aos Racistas e Machistas: Mulheres pretas e seu povo não serão mais silenciadas”, avisou Katiúscia.
“A caracterização explícita de um ataque de cunho racista e sexista, se evidencia quando se constata que a única mesa atacada foi a de uma mulher preta com abordagem em filosofia Africana e racismo estrutural. Na ocasião convidei minha mãe para assistir e ela ficou apavorada e com medo”, detalhou a professora, que falava sobre “A filosofia Africana e o Racismo estrutural”.
A Reitoria da Unicamp lamentou o ocorrido, em nota oficial. “É lamentável e inadmissível que a Universidade Estadual de Campinas seja palco de manifestações de ignorância, intolerância e preconceitos de qualquer natureza. A Universidade tomará providências para aumentar o grau de segurança da rede interna, de maneira a coibir todo tipo de ataque indevido nas atividades remotas realizadas no seu âmbito”, diz o texto.
A professora finaliza seu post no Instagram mandando uma mensagem: “Atenção aos Racistas e Machistas: Mulheres pretas e seu povo não serão mais silenciadas.”