Assim como a medicina humana, a veterinária também se desenvolve a passos largos. O que é muito bom, pois a população de pets só aumenta. As pesquisas e a criação de novas tecnologias permitem que os animais vivam mais tempo, o que tem tornado comum o aparecimento de doenças relacionadas à idade avançada. De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018, dos 139,3 milhões de bichos de estimação no País, 23,9 milhões são de gatos.
Segundo a Dra. Daniela Formaggio, especializada em felinos do Hospital Veterinário Taquaral, entre as doenças que mais atingem os gatos idosos está a osteoartrite ou artrose, que é um processo patológico no qual ocorre deterioração de forma lenta e progressiva das articulações. “Estima-se que cerca de 90% dos gatos acima de 12 anos sejam acometidos por essa doença”, frisa a médica veterinária.
Outro fator de risco para o desenvolvimento desse problema, além da idade, é a genética. Dra. Daniela destaca que é frequente em raças como Maine Coon, Birmanês, Scottish ou Abissínio.
“O sobrepeso, apesar de não ser considerado um agente desencadeador, é um agravante da doença”, frisa Dra. Daniela.
A veterinária explica que como o gato não costuma apresentar comprometimento da capacidade de caminhar, a família pode demorar a reconhecer que o pet sente dor. No entanto, a especialista sugere observar alguns sinais que podem indicar a presença da osteoartrite:
– alteração de comportamento como irritabilidade, depressão e/ou letargia;
– diminuição ou perda do apetite;
– rigidez nas articulações;
– diminuição das atividades como, por exemplo, subir ou descer dos móveis;
– redução da interação com a família;
– perda da massa muscular;
– diminuição do “grooming”, que é a autolimpeza da superfície corpórea,
– urina e fezes fora da caixa de areia.
“É comum aos tutores associarem alguns desses indícios ao envelhecimento do animal. Mas a dor presente na osteoartrose tem solução. Deve ser tratada de forma contínua e individualizada para cada estágio da doença, o que garante qualidade de vida ao animal”, assegura a médica veterinária. Segundo Dra. Daniela, as articulações mais afetadas são as do quadril e cotovelo e, na maioria dos gatos, há mais de uma articulação envolvida.
O diagnóstico é feito pelo médico veterinário através de um minucioso exame ortopédico, exame físico e por exames de imagem, como a radiografia. O tratamento engloba medicamentos, manejo ambiental, fisioterapia e nutrição e, conforme a Dra. Daniela, geralmente é indicado mais de uma modalidade de terapia. “O médico veterinário é que vai decidir o melhor protocolo, levando em consideração a gravidade da doença e as particularidades de cada paciente”, observa.
A veterinária ressalta que, como a maioria dos animais idosos apresenta outras comorbidades, como por exemplo, doença renal crônica, os anti-inflamatórios e analgésicos devem ser prescritos após uma avaliação clínica completa.
Outra ação para promover a melhora da qualidade de vida do gato está nas adaptações que podem ser feitas no ambiente em que ele circula dentro de casa. Medidas como a distribuição de várias tigelas de comida e água em locais distintos e colocadas um pouco acima do chão, colocação de rampas ou bancos para facilitar o acesso aos móveis e janelas, exercícios físicos e mentais, camas e colchões acolchoados, arranhadores posicionados na horizontal e caixas sanitárias com um dos lados mais baixos para facilitar o acesso do gato, estão entre as iniciativas que permitem que o gatinho viva de maneira mais confortável.
(Com informações da Assessoria do Hospital Veterinário Taquaral)