O prefeito de Campinas, Dário Saadi, enviou um ofício ao Ministério da Saúde para reivindicar o envio de vacinas contra a dengue. A medida ocorre após a cidade ficar de fora da lista de cidades contempladas com a 1ª remessa na quinta-feira (25).
“Estamos enfrentando uma guerra contra a dengue na cidade, que está com alta de casos. A vacina é mais uma aliada contra essa doença que mata. Estou recorrendo ao Ministério da Saúde para que eles avaliem os dados epidemiológicos de Campinas e possam enviar doses para a nossa cidade”, ressalta o prefeito.
A lista do Ministério da Saúde confirma a vacinação em 521 municípios de 16 estados a partir de fevereiro.
Em comunicado, o governo informou que as regiões selecionadas atendem a três critérios: “municípios de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2”. O público-alvo reúne crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença no País.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Campinas, a metrópole atende a maioria dos requisitos para recebimento dos imunizantes e a avaliação epidemiológica sinaliza a urgência de inclusão dela na relação de cidades. A exceção da lista é somente o indicador sobre o sorotipo DENV-2, que não circula no município desde 2021.
“Desde os últimos meses do ano passado, os dados têm mostrado aumento de 300 % em relação ao mesmo período do ano anterior e ele tem se mantido agora em 2024. Esses dados nos trazem muita preocupação com o cenário epidemiológico que enfrentaremos este ano”, explicou o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto.
A lista do Ministério não contemplou nenhuma das cidades da Região Metropolitana (RMC). Em São Paulo, ela abrange Guarulhos, Suzano, Gurarema, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Poá, Arujá, Santa Isabel, Biritiba-Mirim e Salesópolis.
A primeira remessa anunciada pelo Ministério da Saúde tem 757 mil doses da vacina Qdenga (TAK-003) e chegou ao Brasil no sábado, 20 de janeiro. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses do imunizante desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, foi anunciada para fevereiro.
Campinas registrou no ano passado 11.265 casos e três óbitos pela doença – dados parciais até 24 de janeiro deste ano. O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios.
Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
Neste ano, Campinas já totaliza 855 casos de dengue e nenhum óbito. Neste mês já foram realizados três mutirões, e a cidade tem novas ações quinzenais programadas até março. Além disso, a Secretaria de Saúde realiza diariamente trabalhos de prevenção e combate à doença.
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