O Hospital de Clínicas da Unicamp trabalha atualmente com um déficit mensal de R$ 4,5 milhões, mais da metade dos R$ 8 milhões repassados mensalmente pelo governo federal para cobrir despesas do Sistema Único de Saúde (SUS).
A defasagem da tabela do teto SUS levou a superintendente do HC, Elaine Ataide, a entregar um documento à ministra da Saúde, Nísia Trindade, na última terça-feira (20), em que pede aumento no valor do teto financeiro de procedimentos de média e alta complexidade do SUS.
Elaine justifica que o HC tem registrado aumento na demanda e, por isso, precisa de uma contrapartida maior do governo. “Hoje, o hospital recebe R$ 8 milhões por mês, só que esse valor está totalmente empenhado na folha de pagamento. Com isso, a gente não tem dinheiro para custeio”, explica Elaine Ataide.
De acordo com ela, os R$ 4,5 milhões de déficit são bancados hoje pela própria Unicamp e por recursos provenientes da Secretaria Estadual de Saúde.
“Para equacionar esse problema, precisamos de um reajuste no valor do teto”, reforçou.
No documento entregue à ministra, Elaine Ataíde diz ter demonstrado o aumento na demanda e como isso tem afetado o orçamento da universidade.
Além do reajuste nos recursos, a superintendente do HC pediu dois aceleradores lineares, equipamentos usados para a realização de radioterapia. Um seria utilizado no HC, e o outro, no Hospital da Mulher – Caism.
“A ministra foi muito receptiva e disse que, no que depender dela, irá ajudar”, afirmou Elaine Ataide.
A ministra esteve na Unicamp para a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Saúde e as três universidades estaduais paulistas — Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) —para o desenvolvimento de colaborações que vão desde a área da assistência até setores acadêmicos e de tecnologia.
Todos os atendimentos realizados no HC da Unicamp são executados pelo SUS.
São 47 especialidades médicas oferecidas e capacidade para cerca de mil atendimentos ambulatoriais e de emergência por diaa, além de uma média de 40 cirurgias diárias. O hospital conta com 405 leitos ativos (76 de UTI), 38 enfermarias, 17 departamentos médicos, 22 unidades de procedimentos especializados, 15 salas cirúrgicas gerais, oito salas cirúrgicas ambulatoriais. (Com informações da Unicamp)