Campinas apresenta atualmente os melhores indicadores de hospitalização por Covid-19 dos últimos 21 meses. Pela primeira vez desde março de 2020, o Hospital de Clínicas da Unicamp (HC) não registra internação de paciente com Covid na Unidade de Terapia Intensiva. O município ainda possui o menor número de pacientes em UTI-Covid desde junho do ano passado, quando a Prefeitura iniciou a divulgação do levantamento de dados sobre ocupação de leitos. São 36 pessoas hospitalizadas nas redes pública e particular.
O recuo da pandemia em razão do aumento da cobertura vacinal trouxe a drástica redução de oferta de leitos exclusivos para a doença, o que permitiu a retomada das cirurgias eletivas que ficaram represadas durante a pandemia. São atualmente 70 leitos exclusivos de Covid-19 nas redes estadual, municipal e particular, uma redução de 83% na comparação com maio deste ano, quando o município contava com 430 vagas exclusivas de Terapia Intensiva para pessoas infectadas pelo coronavírus.
No HC da Unicamp, a última internação em UTI Covid ocorreu há 20 dias. Trata-se de uma mulher de 69 anos, da cidade de Franco da Rocha, que faleceu no último final de semana, após 15 dias internada.
Segundo informações da assessoria de imprensa do HC, nove pacientes estão internados na enfermaria Covid adulto, a menor taxa de ocupação dos leitos dedicados a pacientes com coronavírus desde o início da pandemia. Ao longo do período, o hospital notificou 3.373 casos de SRAG, sendo 1883 confirmados, 1478 descartados e 383 óbitos.
Desde o início da pandemia, o Hospital das Clínicas da Unicamp se tornou referência para tratamento da doença, inclusive após a alta hospitalar. No auge da pandemia o HC da Unicamp chegou a disponibilizar 63 leitos exclusivos para UTI, 93 leitos de enfermaria adulto, quatro leitos de UTI pediátrica e metade da capacidade instalada do Pronto Socorro (UER) dedicada aos pacientes suspeitos de coronavírus.
A chefe da disciplina de Infectologia da Faculdade de Ciências Médicas, professora Mariângela Ribeiro Resende, reforça que a taxa de ocupação de leitos revela o declínio da pandemia em todo estado de São Paulo em função da ampliação da cobertura vacinal da população. “As estatísticas de novas internações registram queda há 17 semanas consecutivas, entretanto, como somos a única referência na região esses pacientes graves continuarão chegando”, explica a infectologista.
Para o enfrentamento da pandemia no HC, o governo do Estado e o Ministério da Saúde viabilizaram R$ 33.907.317,67 para o custeio exclusivo dos leitos de internação Covid, compra de insumos e aquisição de equipamentos. Foram contratados 408 funcionários temporários, a maioria técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos que atuaram juntos com os colaboradores do hospital.