A vacinação contra a Covid-19 traz alívio, que nunca deve ser confundido com relaxamento das medidas de proteção sanitária adotadas durante a pandemia. Hábitos como uso regular de máscara, distanciamento social e higienização das mãos devem ser mantidos, porque poucos serão imunizados neste primeiro momento e ainda não se sabe se as pessoas vacinadas podem transmitir a doença.
“Enquanto não tivermos 70% da população vacinada, todos ainda corremos grandes riscos de contrair a doença”, alerta Luciana Maria de Holanda, bióloga, doutora em Genética e Biologia Molecular e professora do curso de Saúde do Centro Universitário UniMetrocamp.
É importante reforçar ainda que a cobertura pela vacina não ocorre imediatamente após a imunização. “Existe um tempo para que o organismo comece a produzir a quantidade adequada de anticorpos, sem contar que cada pessoa reage de uma forma particular ao imunizante, dependendo da faixa etária e do próprio sistema imunológico”, destaca Luciana. Em média, informa, leva pelo menos 20 dias após a segunda dose para que a pessoa esteja realmente protegida.
O Ministério da Saúde reforça que a vacina reduzirá o risco de desenvolver complicações pela Covid-19, mas ainda não está claro seu impacto na infecção pelo vírus. Indivíduos vacinados têm menor risco de complicações, mas é possível que pessoas vacinadas venham a se infectar e transmitir a doença mesmo que não desenvolvam sintomas ou desenvolvam sintomas leves.
Um equívoco comum, segundo a professora do UniMetrocamp, é pensar que, porque nenhuma das vacinas desenvolvidas apresenta 100% de eficácia comprovada, não vale a pena se vacinar. “Todas as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil são eficazes, e isso quer dizer que, após a segunda dose, você estará produzindo anticorpos e, caso contraia a doença, suas chances de evoluir para a fase mais grave da Covid-19 e ir parar em uma UTI intubado é muito baixa”, esclarece Luciana.
Também ainda não é possível saber com qual periodicidade será preciso tomar a vacina Covid-19. Apenas após os resultados dos estudos de eficácia e dos estudos da Fase 4 será possível avaliar a necessidade de doses adicionais.