O processo de recuperação do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Campinas (RMC) vem ocorrendo em ocupações informais. Como resultado, estima-se uma informalidade em torno de 37%, segundo estudos realizados pelo Observatório PUC-Campinas. Dados oficiais do mês de julho registraram um novo aumento de contratações na RMC. Foram 6.917 novos contratos de trabalho. A região acumula 39.819 contratações em 2022.
O comportamento positivo do emprego na RMC representou 10,3% do fluxo de empregos gerado em São Paulo. No acumulado, 8,8% dos empregos gerados em São Paulo foram na RMC. Campinas, com 2.067, segue na liderança de geração de novos contratos. Indaiatuba (793), Paulínia (751), Itatiba (682) e Americana (573) também se destacaram na geração de novos postos.
Pela segunda vez no ano, o dinamismo da geração de emprego na RMC comparado à participação histórica no emprego gerado em São Paulo chama a atenção.
“A RMC concentra cerca de 7,5% do estoque de emprego paulista e nesse mês de julho gerou cerca de 10,3% do emprego paulista. No acumulado do ano, cerca de 8,8% do emprego paulista está associado ao dinamismo das atividades econômicas da RMC”, disse a professora Eliane Rosandiski, coordenadora dos estudos.
A contratação de mulheres representou 41% do saldo de empregos. Por faixas de escolaridade, seguindo a tendência, observa-se que 66% do saldo de contratos foi preenchido por profissionais com ensino médio completo.
Por faixa etária, os jovens de 18 a 24 anos tiveram participação relativa em 41% no saldo dos contratos gerados. Esse percentual é um pouco mais baixo do que a tendência registrada ao longo do ano, visto que a ampliação das faixas de 30 a 49 anos foi mais expressiva e, juntas, ocuparam 29% dos novos contratos.
Os destaques na geração de vagas foram as atividades industriais e o comércio, que juntos foram responsáveis por 50% dos novos contratos.
No mês de julho, os segmentos de serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas perderam um pouco de dinamismo e geraram apenas 10% dos novos contratos de trabalho. A construção civil foi responsável por pouco menos de 15% do saldo de empregos.
As atividades de serviços de informação e comunicação têm apresentado um dinamismo consistente com impactos importantes na demanda por trabalho, contudo, neste mês de julho chamou atenção a geração de emprego nas atividades industriais.
De um lado, atividades industriais se caracterizam por melhores padrões de remuneração e contratos menos flexíveis, ao passo que atividades de serviços tendem a gerar contratos mais flexíveis, tais como intermitentes e por prazo determinado.
Vale destacar que cerca de 9,8% do fluxo de admissões em julho estava associado ao contrato mais flexível.
Esse comportamento positivo do emprego deve ser avaliado a partir contexto nacional. Informações do IBGE mostram que a despeito a recuperação da taxa de participação, agora 62,6% das pessoas com mais de 15 anos participam do mercado de trabalho, o desemprego ainda atinge 10 milhões de brasileiros. Além disso, esse processo de recuperação do mercado de trabalho vem ocorrendo em ocupações informais, como resultado estima-se uma informalidade em torno de 37%.
O padrão de remuneração confirma o cenário adverso no mercado de trabalho, visto que no ano há uma queda de 5% na remuneração média dos ocupados e dentre os empregados com carteira assinada a queda se situa em torno de 4%.