A próxima reunião de cúpula do Mercosul, marcada para segunda-feira (8), em Assunção, terá como destaque o anúncio do ingresso pleno da Bolívia no bloco comercial, após a aprovação pelos parlamentos do países-membros, inclusive o boliviano.
Com a entrada da Bolívia, o Mercosul passará a ter seis membros efetivos, ainda que um deles, a Venezuela, esteja suspenso do bloco por tempo indeterminado.
A partir do ingresso pleno, a Bolívia terá quatro anos para implementar todas as condicionantes que devem ser cumpridas por um país-membro do Mercosul, ligados às trocas comerciais, mas também a outros temas, como a manutenção da democracia.
Entre os novos entendimentos que deverão ser firmados dentro do bloco está um acordo para elevar a capacidade de operação da Usina Hidrelétrica de Jirau, um pacto de fomento à produção cinematográfica em comum e a assinatura de um memorando em que os países devem alinhar suas experiências com a prevenção e o combate a desastres naturais.
“Os desastres climáticos se tornaram um elemento que entrou nas nossas vidas para ficar, seja nacional, regional ou globalmente”, enfatizou a secretária para a América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan.
Há ainda um novo comitê em formação para que os países possam apresentar quais pontos cada um vê como entrave para melhorar o fluxo do comércio entre os países.
“Temos a expectativa de que seja uma instância para colocar na mesa questões pontuais de diferentes áreas, de diferentes produtos, que tradicionalmente temos enfrentado”, informou o secretário para o Mercosul do Itamaraty, embaixador Francisco Pessanha Cannabrava.
Milei
O Itamaraty manifestou ainda desapontamento pelo anúncio do presidente argentino Javier Milei de que não irá à cúpula do Mercosul no Paraguai. Segundo o ministério, esta será a primeira vez que um chefe de Estado deliberadamente não irá à reunião.
“A gente lamenta , não é desejável que isso aconteça”, disse Gisela Padovan. Ela acrescentou, contudo, que “na substância da cúpula não altera em nada, pela própria maturidade do Mercosul, embora politicamente não seja o desejável”.
A embaixadora negou ainda que o Brasil tenha recebido qualquer comunicado oficial sobre a vinda de Milei ao país no próximo fim de semana. O presidente argentino confirmou que pretende comparecer à Conferência Política de Ação Conservadora (Cpac), que será realizada a partir de sábado (6), em Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde deverá ter um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro. (Agência Brasil)