O Exército israelita atribuiu nesta terça-feira (17) à organização palestiniana Jihad Islâmica o ataque que atingiu um hospital em Gaza e que, de acordo com o movimento islamita Hamas, provocou 500 mortos.
“De acordo com informações de inteligência, baseadas em diversas fontes que obtivemos, a Jihad Islâmica é responsável pelo ataque fracassado de foguetes que atingiu o hospital”, afirmou o Exército israelita, em comunicado.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo movimento Hamas, disse hoje que pelo menos 500 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelita a um hospital onde se encontravam civis feridos – a maioria mulheres e crianças – e em busca de abrigo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nota condenando o ataque aéreo ao hospital Al Ahli Arab, localizado no norte da Faixa de Gaza. No momento do ataque, o hospital estava em operação, com pacientes, profissionais de saúde e pessoas internadas.
De acordo com a organização, o hospital era uma das 20 instituições da região que receberam ordens de evacuação pelas forças de segurança israelenses. “A ordem de evacuação tem sido impossível de ser executada dada a atual insegurança, o estado crítico de muitos pacientes e a falta de ambulâncias, pessoal, capacidade de camas do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados”, diz a organização internacional.
A OMS pede a suspensão das ordens de evacuação e a proteção dos civis e das unidades de saúde durante o conflito Israel-Hamas. “O direito humanitário internacional deve ser respeitado, o que significa que os cuidados de saúde devem ser ativamente protegidos e nunca visados”.
Faixa de Gaza recebe água por 3 horas, mas ONU diz ser insuficiente
Uma linha de abastecimento de água na fronteira do sul da Faixa de Gaza com o Egito foi aberta por cerca de 3 horas para a entrada de água potável para a população, informou relatório da Agência das Nações Unidas de Assistência para Refugiados da Palestina (UNRWA). Publicado nesta terça-feira (17), o documento tem informações colhidas a partir das 18h de segunda-feira (16).
Segundo a Agência da ONU, o abastecimento durou 3 horas, sendo suficiente para apenas metade da população de Khan Yunis, estimada em quase 100 mil pessoas. “Isto não resolve as necessidades urgentes de água noutras partes de Khan Yunis, na Área Média e em Rafah. Apenas 14% da população da Faixa de Gaza se beneficiou dessa abertura da linha de água durante 3 horas”, diz o relatório.
A entidade das Nações Unidas destaca que a questão da água é fundamental para sobrevivência dos palestinos, pois as pessoas começarão a morrer sem água. “As preocupações com a desidratação e as doenças transmitidas pela água são elevadas, dado o colapso dos serviços de água e saneamento, incluindo o encerramento hoje da última central de dessalinização de água do mar em funcionamento em Gaza”, diz o informe.
Outro foco de preocupação das entidades de ajuda humanitária é quanto à escassez de combustível em Gaza. A Agência da ONU para os refugiados palestinos acrescentou que são necessários 600 mil litros de combustível por dia para operar instalações de dessalinização de água salgada, que são equipamentos que retiram o sal da água do mar.
A ajuda humanitária da ONU segue estacionada no Egito aguardado a possibilidade de entrar na Palestina. “A ONU tem estoques disponíveis de alimentos, água, suprimentos médicos e combustível no Egito, na Jordânia, na Cisjordânia e em Israel. Eles podem ser despachados em poucas horas. Para garantir a entrega, o nosso pessoal precisa ser capaz de transportar esses fornecimentos para Gaza e através dela com segurança e sem impedimentos”, informou no domingo (15) o secretário-geral da ONU, António Guterres.
*Com informações da Agência Lusa e Agência Brasil