Os resultados aparecem, as notícias correm e os olheiros tratam de checar as informações. É assim que a NBA, a liga profissional de basquete dos Estados Unidos, “peneira” jovens jogadores pelo mundo a fora. O próximo passo é conferir de perto o talento dessas promessas do esporte. Foi assim que Gustavo Alves, 15 anos, 2,08m de altura, ala/pivô, e Jonathan Fonseca, 16 anos, 2,14m de altura, pivô, ambos do Clube Regatas/Akdmia, conquistaram a oportunidade de participar do Camp de treinamento da NBA.
Nesta sexta-feira (28), os dois embarcam para San Luis Potosí, no México, sede oficial da NBA Academy na América Latina, programa que reúne e treina jogadores promissores do basquete. É um complexo com quadras de basquete, espaços educacionais, refeitório e alojamento para permanência dos atletas. Serão dez dias de muito trabalho, aprendizado e sonhos, tudo custeado pela própria NBA.
Marcelo Bandiera, técnico de Jonathan e Gustavo no Regatas, destaca a importância do convite recebido pelos jogadores, ainda mais em um período em que se dedicar ao esporte passou a exigir ainda mais sacrifícios. “Esse convite em tempos normais já seria excepcional. Agora nessa época em que vivemos, de pandemia, é esplendoroso. Não é fácil fazer esporte no Brasil e a pandemia tornou tudo mais complicado”, detalha.
“A ida do Jonathan e do Gustavo para o camp da NBA é uma motivação e um reconhecimento para todos os que estão envolvidos e também para os que nos apoiam”, diz Marcelo Bandiera, técnico do Regatas
Trabalhar com as principais promessas garimpadas pela NBA é a motivação que Jonathan precisava para superar a escassez de partidas – a Federação Paulista organizou apenas um torneio Estadual em 2020 dentro do conceito bolha. Também é a chance de dar início ao sonho de seguir outros brasileiros que já brilharam na NBA, como Anderson Varejão, a quem o jovem admira.
“O Camp é uma vitrine, vários técnicos e representantes de equipes acompanham para conhecer jogadores. Não faço ideia do que vou encontrar lá, não quero nem imaginar”, contou Jonathan, que diz estar mais animado do que ansioso. “É uma oportunidade incrível para aprender, melhorar nosso jogo. Uma chance única”, descreve o jogador, que nasceu em Natal e há dois anos vive em Campinas. Ele também tem passagem pela seleção brasileira sub-14.
Ao contrário de Jonathan, que sempre teve o basquete como objetivo de vida, Gustavo só começou a se interessar pelo esporte quando o irmão entrou para um time de basquete. “Eu nem gostava muito, mas quando comecei a acompanhar meu irmão soube que era isso que queria pra mim”, recorda. Natural de Itatiba, Gustavo está há três anos no Regatas e na contagem regressiva para conferir tudo o que a NBA tem a oferecer. “É uma experiência bem legal, vamos conhecer vários jogadores e treinadores. Quero aprimorar o máximo o meu jogo, aproveitar tudo o que podem me oferecer”. Gustavo já defendeu a seleção da América Latina na disputa da Jr. NBA.
Regatas
A tradição do Regatas no basquete masculino é mantida graças à força dos trabalhos de iniciação e equipes de base. Entre escolinhas e times menores, mais de 100 garotos, a partir dos 6 anos de idade, estão envolvidos nos projetos do clube campineiro.
“Nós trabalhamos com todas as categorias de base, a partir do sub-12 até o sub-16, além das escolinhas. Só nas equipes menores temos mais de 80 garotos”, detalha Marcelo Bandiera.
A pandemia, conta, limitou as competições. No ano passado, o Regatas ficou em terceiro lugar no Campeonato estadual sub-15, disputado no esquema bolha. A expectativa é que novas competições no mesmo formato aconteçam no segundo semestre.
“Tem sido um período difícil para todos. Estamos aqui na batalha para levar nosso trabalho adiante. A ida do Jonathan e do Gustavo para o Camp da NBA é uma motivação e um reconhecimento para todos os que estão envolvidos e também para os que nos apoiam”, garante.