A designer americanense Camila Gargantini, de 26 anos, acaba de ganhar o Leão de Prata de Cannes com a criação de um sistema de identificação universal para segurança do paciente. Camila trabalha na agência de design Estúdio Colletivo e foi premiada na categoria Pharma. De acordo com a organização, a agência especializada em farmacologia e projetos ligados à medicina Havas Health & You foi distinguida com Leão de Prata na competição Pharma Lions do Cannes Lions 2021
Quando a diretora da agência chegou com a proposta de desenvolver um código universal pra salvar vidas, desafio grandioso, ninguém se interessou, pois esse definitivamente não seria o projeto de maior visibilidade da agência. Mas Camila, com a coragem de quem, meses antes, tinha saído de Americana rumo à Capital, topou o desafio e não pensou duas vezes em dedicar todo seu tempo e aprendizado adquirido para solucionar o problema de maneira fácil e intuitiva.
Em poucos meses, ela já estava com a criação pronta. O IDverse, um código de identificação universal que salva vidas, trouxe junto com o desafio, a informação alarmante de que aproximadamente 227.000 mortes são causadas por eventos adversos evitáveis no Brasil e 2,6 milhões no mundo. Só isso já era suficiente para, através do design e de símbolos, criar um sistema de identificação universal que promova a segurança do paciente, e que ajude os profissionais de saúde a salvar vidas.
A segurança do paciente é uma prioridade global de saúde e os eventos adversos são inaceitáveis. É preciso uma ação urgente envolvendo pacientes, familiares, profissionais, legisladores, governos e todo o setor para reduzir os incidentes que resultam em danos não intencionais decorrentes da assistência à saúde. Por mais simples que pareça, a padronização da sinalização de condições e doenças pré-existentes tem o poder de auxiliar profissionais da saúde e a população em geral na prevenção dos eventos graves e salvar vidas.
Com esse intuito nasceu o IdVerse, um código de identificação universal que salva vidas. Seus símbolos de fácil reconhecimento e utilização representam praticamente todas as condições de saúde que os pacientes podem apresentar. Seja no prontuário hospitalar, na pulseira de identificação, no cartão de saúde ou até numa tatuagem.
“Eu e meu diretor Marcelo Roncatti chegamos à conclusão de que trazer uma representação visual para as doenças seria uma solução muito rasa, a questão não era trabalhar a estética e sim a funcionalidade. Os estudos que fizemos foram nos levando a combinações simbióticas e resultaram em um sistema além do estético, que será utilizado no mundo todo, salvando vidas”, afirma Camila.
E foi assim, que fazendo parte da agência de design Estúdio Colletivo, Camila é a design premiada com o Leão de Prata de Cannes 2021, categoria Pharma. Um prêmio que chega ao seu portfólio, assim como o Brasil Design Award e Destaque na ADG.