Com apenas um ponto conquistado nas duas primeiras rodadas do Campeonato Paulista, assim como aconteceu no ano passado, quando a equipe só conseguiu vencer a partir do quarto jogo, a Ponte Preta precisa rapidamente reverter o quadro negativo e conquistar um resultado positivo para ganhar confiança e moral para a sequência da competição estadual mais difícil do Brasil.
Após a amarga derrota fora de casa para o Palmeiras na estreia e o empate dentro de casa com a Inter de Limeira, no último sábado (29), a Macaca voltará a jogar diante de sua torcida e enfrentará uma equipe que já disputou três jogos do torneio, mas ainda não venceu nenhum e sequer marcou gol. A Ponte terá pela frente o Novorizontino na próxima quarta-feira (2), às 19h, no Moisés Lucarelli.
No entanto, para aproveitar o mau início do próximo adversário e conquistar o primeiro resultado positivo, a Ponte Preta precisará melhorar o seu desempenho defensivo em jogadas de bola área. Dos cinco sofridos pela Macaca neste Paulistão, quatro nasceram de lances de bola parada.
No jogo de estreia, no Allianz Parque, os dois primeiros gols da vitória por 3 a 0 do Palmeiras saíram ainda na metade inicial do primeiro tempo, originados de escanteios cobrados por Gustavo Scarpa. Na primeira cobrança, pela direita, a bola foi afastada pela defesa pontepretana, mas Zé Rafael emendou a sobra da meia-lua e Murilo completou para o fundo das redes, sozinho dentro da área. Poucos minutos depois, Scarpa bateu outro córner, desta vez pela esquerda, e Luan, no segundo pau, pegou belo chute de primeira e contou com grande ajuda do goleiro Ygor Vinhas.
Já no último jogo, diante da Inter de Limeira, a Macaca vencia por 1 a 0 até os minutos finais do primeiro tempo, quando o zagueiro Dedé, estreando pelo novo clube e retornando aos gramados após mais de dois anos, protagonizou um lance de infelicidade no qual desviou de cabeça e tirou a bola das mãos de Ygor Vinhas após cobrança de escanteio pela esquerda do ex-pontepretano Felipe Silva. Na sequência, em uma confusão dentro da área, Dedé tentou se recuperar, mas acabou errando o bote e derrubou o adversário dentro da área, cometendo o pênalti que ocasionou o primeiro gol visitante, convertido pelo ex-bugrino Ronald Silva.
“Isso me preocupa, pois a gente sabe que bola parada é decisiva, tanto para a vitória quanto para a derrota. Se você analisar bem o lance, o Ygor Vinhas estava na bola, só que o Dedé também brigou por ela e triscou, então são questões de ajuste e até de conhecimento. O Dedé é um jogador que tem uma estatura muito avantajada, então, de repente, a gente vai precisar trabalhar com ele um pouquinho na linha da frente para ter outra situação com o goleiro. É tentar fazer esse tipo de correção”, reconheceu Kleina. O treinador aguarda diagnóstico do departamento médico alviengro para saber se poderá contar com Dedé para a sequência do Paulistão. O zagueiro sentiu lesão na coxa esquerda no segundo tempo, pediu substituição e foi flagrado chorando no banco de reservas.
No começo da segunda etapa, após nova cobrança de escanteio pela esquerda de Felipe Silva, Ygor Vinhas ficar debaixo da meta para protegê-la, mas Xandão antecipou Dedé e cabeceou sem chance de reação para o goleiro pontepretano. Menos mal que Lucca salvou um ponto no último minuto do tempo regulamentar, mas a má atuação da equipe e as diversas chances desperdiçadas pelo time adversário para matar o jogo preocuparam o torcedor.
“Não começamos bem o campeonato, não eram esses os resultados que nós queríamos, mas precisamos viver a realidade. O mundo real, hoje, é que vamos ter que passar por alguns processos. A evolução quase não existiu, a verdade é essa, porque nós não conseguimos construir. Nós estávamos quebrando a bola e esse não é o modelo de jogo que nós trabalhamos, mas o campo pediu isso. Só que teve alguns momentos em que foi parando a chuva e o adversário começou a jogar. Nós também temos que colocar essa bola no chão”, pediu Gilson Kleina.
No entanto, assim como aconteceu no pós-jogo contra o Palmeiras, Gilson Kleina voltou a apontar diferenças de preparação entre a sua equipe e o adversário, desta vez a Inter de Limeira. “Não gosto muito de justificar, mas se você colocar na ponta do lápis, pegamos uma equipe que estava em preparação desde dezembro, enquanto nós não tivemos nem 20 dias de treinamento e infelizmente mais de 20 jogadores pegaram Covid, aí você tem um protocolo a ser respeitado de no mínimo sete dias”, lamentou o treinador da Ponte Preta.
“Uma coisa que a gente precisa enaltecer foi a entrega dos atletas, que buscaram o tempo todo mesmo com as dificuldades, mas não estou aqui para ficar vendendo dificuldade, pois a gente sabe que o Paulista é assim e entendo que nosso grupo que tem muito a crescer. Agora é mobilizar, trabalhar, evoluir e tentar, a partir de quarta-feira, fazer esses três pontos. Se isso acontecer, fazer quatro pontos em casa será um bom número”, calcula Kleina.