Na contramão da eufórica comemoração pela primeira vitória fora de casa da equipe na Série B, o técnico Gilson Kleina, da Ponte Preta, ficou na bronca com o árbitro Fábio Augusto de Sá Júnior, de Sergipe, que apitou o duelo contra o Operário, no estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, na noite da última terça-feira (22), com presença de torcedores.
“Achei que a arbitragem ficou um pouco a desejar e os critérios foram muito diferentes. O que foi aplicado para o Operário não foi aplicado para a Ponte. O banco adversário ficou pressionando o árbitro e o bandeira o tempo todo. Esse tipo de situação, querendo ou não, foi minando. Eu também queria entender o porquê de oito minutos de acréscimos”, esbravejou Kleina.
“O que eu não concordo é que, no primeiro tempo, o Fábio Sanches e o André Luiz tomaram cartão, mas aconteceram outros dois lances similares do outro lado e o juiz não deu. Em um deles, o Reniê colocou a mão na bola e interceptou um contra-ataque em que o Fessin estava com a bola. Foi a mesma situação que aconteceu com o Fábio, então tinha que ter tomado amarelo. Também houve dois lances de falta forte no Marquinhos. Já em uma transição do Moisés, não foi uma falta, foi uma agressão. Foi essa a minha reclamação. Isso foi o que eu mais me desequilibrei com o quarto árbitro.”, explicou Kleina.
“Houve faltas claras em que os atletas do Operário entraram no corpo do Rayan e do João Veras, mas não foram dadas, então se desconsiderou o critério. Eu entendo que o juiz estava procurando um resultado de empate para poder ter uma tranquilidade no jogo, mas os deuses do futebol nos premiaram”, acrescentou o comandante da Macaca.
Há duas semanas, na derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, em Minas Gerais, a Ponte Preta também saiu de campo com o sentimento de ter sido prejudicada pela arbitragem, com uma entrada digna de expulsão de jogador cruzeirense, mas relevada pela arbitragem, e um pênalti claro não marcado sobre o atacante Moisés.
Até o alívio do apito final que sacramentou a vitória por 2 a 1 sobre o Operário, colocando fim a um jejum de cinco meses sem vitória como visitante, a Ponte Preta precisou se superar dentro de campo, além de driblar a insatisfação com a arbitragem e contar com a sorte em alguns lances, para não tomar o gol de empate nos últimos 10 minutos da partida, quando jogou com dois homens a menos. André Luiz e Fábio Sanches foram expulsos na segunda metade da etapa final.
“Foi de fundamental importância a primeira vitória fora de casa e os três pontos para Campinas. Esse tem que ser o espírito. Se não tivesse, com certeza, nós não iríamos ter o resultado positivo. Na segunda expulsão, nós ficamos à deriva porque não poderíamos mais fazer substituição, mas a nossa equipe se doou da melhor maneira possível. Foi uma vitória importante de superação que a gente estava buscando há algum tempo. Agora, é mobilizar e trabalhar para esse próximo jogo contra o Brasil. É mais um jogo decisivo para as nossas pretensões no decorrer do campeonato”, analisou Gilson Kleina.
A Ponte Preta volta a campo neste domingo (26), às 18h15, contra o lanterna Brasil de Pelotas, no estádio Moisés Lucarelli, pela 26ª rodada da Série B.
Brusque perde 3 pontos
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou e puniu, nesta sexta-feira (24), o Brusque e o presidente do seu Conselho Deliberativo, Júlio Antônio Petermann, por discriminação racial contra o atleta Celsinho, do Londrina.
A pena para o clube foi uma multa de R$ 60 mil e a perda de três pontos na classificação da Série B do Campeonato Brasileiro, enquanto o dirigente foi suspenso por 360 dias e multado em R$ 30 mil. Cabe recurso à decisão.
Com a punição, o Brusque, que tinha 29 pontos, fica com 26, mas mantém o 16º lugar na classificação e fica três pontos atrás da Ponte Preta, a 15ª na tabela (a equipe encara o Vasco nesta sexta (24), ás 21h30).
Após a partida entre Brusque e Londrina, pela 21ª rodada da Série B, dia 28 de agosto, o árbitro registrou em súmula as palavras ouvidas pelo meia Celsinho nos minutos finais do primeiro tempo: “Vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha”. E Júlio Antônio Petermann foi identificado como o infrator.