O sociólogo e escritor Gustavo Gumiero é inquieto por natureza. Suas viagens internacionais vão muito além do turismo. Apoiado em sua formação sociológica e humanística, ele tem mergulhado em temas e histórias que refletem os dramas universais, muitas vezes derivados de séculos de opressão histórica e cultural.
Desta vez, Gumiero decidiu lançar um olhar feminino ao conflito Rússia-Ucrânia. Sua incursão no Leste europeu no ano passado resultou em entrevistas com mulheres que estão sofrendo com a guerra. A ideia era extrair delas depoimentos e impressões sobre como as suas vidas foram impactadas com a invasão russa.
“Como elas reagiram, o que sentiram e sentem. Reuni seis histórias que, apesar de diferentes entre si, mostram como a guerra é perversa”, narra o escritor na apresentação de sua obra.
O livro será lançado nesta sexta-feira (24), em Campinas, na Livraria Leitura do Shopping D. Pedro. A data marca exatamente um ano da guerra.
A obra, lançada pelo Selo Referência da Editora Mostarda, que tem sede em Campinas, traz ainda uma análise do momento histórico que sedimentou o conflito. Gumiero salienta que o ódio não resolve. “A história das guerras é de dor e sofrimento”, resume.
Live
O Hora Campinas colocou o tema da guerra Rússia-Ucrânia na pauta. No próximo dia 23, quinta-feira, às 19h, promove uma live em sua página no Instagram. Gumiero falará no evento ao vivo sobre o que levou a abordar esse assunto e contará as suas impressões dos depoimentos e da própria guerra, cheia de narrativas e versões.
Balanço da ONU
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A guerra causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
A ONU classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A invasão russa – justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela comunidade internacional de forma praticamente unânime. As potências do Ocidente têm respondido com envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções políticas e econômicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.