Célia Maria dos Santos, controladora de câmara fria, mora há seis anos na ocupação Mandela, na região do Distrito do Ouro Verde há seis anos. Hoje, conta os dias para pisar em sua casa própria. “Após anos de muita luta, superamos as dificuldades e finalmente a situação das famílias está sendo resolvida. Isso, para nós, é uma vitória gigantesca. Agora a gente vai poder ter um endereço, uma vida mais digna. As famílias estão muito felizes. Tivemos resposta”, comemora Célia.
A expectativa é de que em três meses as moradias estejam prontas. Célia é uma das 450 pessoas que serão transferidas de áreas de risco e de ocupação para o loteamento Residencial Mandela, no DIC 5, distrito do Ouro Verde. A Prefeitura de Campinas está em fase de finalização das obras.
O loteamento social fica numa área de 23 mil metros quadrados, com infraestrutura completa. O empreendimento recebeu pavimentação, redes de água, de esgoto, de energia elétrica e iluminação e a construção de 116 ‘embriões’. Os investimentos somam, de todos os setores, quase R$ 6 milhões – a Cohab (Companhia de Habitação Popular de Campinas) está investindo R$ 2, 6 milhões, por meio do Fundap (Fundo de Apoio à População de Sub-Habitação Urbana).
Entende-se por ‘embriões’ imóveis de 15 metros quadrados, com um cômodo e um banheiro, ocupando um terreno de aproximadamente 90 metros quadrados. A Cohab estuda a possibilidade de oferecer plantas (desenho técnico de construção), para que os proprietários possam, futuramente, aumentar o imóvel.
“O trabalho que está sendo feito, de reassentar 116 famílias provenientes do núcleo do Mandela, é uma experiência inovadora, que requereu muita coragem, muita união, de várias secretarias. Isto servirá de exemplo, de que é possível avançar. Marca um compromisso de atender famílias carentes. Um trabalho que servirá de referência para Campinas”, considera o presidente da Cohab Campinas e secretário municipal de Habitação, Arly de Lara Romeo.
A partir da assinatura do contrato do imóvel, as famílias terão até seis meses para iniciar o pagamento do financiamento. A mensalidade de menor valor equivale a 10% do salário-mínimo.
A Secretaria de Serviços Públicos executou a obra de pavimentação e drenagem. O Mandela recebeu 1,3 quilômetro de extensão de pavimentação asfáltica e 635 metros de extensão de galerias pluviais (tubulação embaixo das vias, por onde passa a água da chuva) e 20 bocas de lobo no sistema de drenagem. O investimento nesta obra foi de R$ 1,7 milhão, com recursos próprios. A iluminação foi instalada esta semana, 35 luminárias com lâmpadas de vapor de sódio, com investimento de R$ 35 mil.
A Sanasa implementou as redes de água e esgoto no Residencial Mandela. Foram executados 1,3 quilômetro de extensão de rede de água e 1,2 quilômetro de rede de esgoto. Atualmente, o local já conta com ligações individualizadas. O investimento foi de R$ 1.104.382,07. A CPFL instalou cerca de 3 quilômetros de rede de energia elétrica, com investimento de R$ 422.358,54.
Expectativas
Quem aguarda pela moradia, por um pedaço de chão, por um endereço, comemora a nova situação que se aproxima, a de viver no Residencial Mandela.
A auxiliar de educação, Phamela Rocha, vive com dois filhos na ocupação Mandela há mais de seis anos. Para ela, o loteamento Mandela, no qual está prestes a morar, é fruto de uma longa luta por moradia e dignidade.
“A terra que ocupamos é uma área particular. A solução construída é uma política pública importante: destinar área pública para moradia popular. É um caminho exemplar. Esperamos que essa política seja adotada em outros territórios da nossa cidade. Todo mundo tem direito à moradia. É uma questão de dignidade básica”, considera Phamela.
Simeia Hictley Santos Fernandes, camareira, vive com o marido e a filha há seis anos na ocupação e comemora esta nova fase que está se concretizando. “Me sinto realizada, há anos luto por moradia”