A presidente do Conselho do Magazine Luiza, Luiza Trajano, é a convidada da roda de conversa virtual que será realizada no próximo dia 20 (quarta-feira), às 16h, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Coordenadoria Regional da Promoção da Igualdade e Combate à Discriminação da 15ª Região, e o Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão. O encontro irá debater a importância da inclusão de jovens negros e negras no mercado de trabalho. O evento será transmitido ao vivo pela página do MPT Campinas no Youtube (youtube.com/mptcampinas).
O evento online traçará um paralelo entre a política inclusiva do Magazine Luiza e o “Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho”, iniciativa da Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), do MPT.
Em 2020, pela primeira vez, a empresa disponibilizou um programa de trainees voltado apenas para pessoas negras. A iniciativa, além de gerar efeitos práticos de inclusão, levantou um amplo debate social a respeito do racismo estrutural e da forma como as empresas brasileiras encaram as questões raciais.
“O objetivo da roda de conversa é construir um debate acerca da importância da equidade racial no ambiente de trabalho, os impactos sociais positivos decorrentes da contratação de jovens negros e negras e como essa prática pode beneficiar diretamente as empresas na implementação de políticas de diversidade”, afirma a procuradora e coordenadora regional da Coordigualdade, Danielle Olivares Corrêa.
O projeto estratégico do MPT tem como principal objetivo sensibilizar os gestores empresariais da necessidade de ampliar a contratação de jovens negros e negras no mercado de trabalho, além de oferecer formação e qualificação profissional para este público, bem como a sua progressão de carreira por meio da promoção da igualdade racial.
A ideia foi criada no âmbito da Coordigualdade, com o escopo de levantar soluções em prol da equidade étnico-racial no ambiente laboral, a partir de preocupantes estatísticas levantadas por instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Exclusão
Segundo o estudo “Desigualdades Sociais por Cor e Raça no Brasil”, divulgado em 2019 pelo IBGE, a população negra representava a maior parte da força de trabalho no país (54,9%) em 2018. A proporção de pretos e pardos correspondiam a cerca de dois terços das pessoas desempregadas (64,2%) e das que trabalhavam menos horas do que gostariam ou poderiam (66,1%).
A pesquisa apontou que os negros são os que mais sofrem com a informalidade: em 2018, 47,3% das pessoas ocupadas pretas ou pardas estavam em trabalhos informais, enquanto este percentual para os brancos era de 34,8%.
Pesquisa do IBGE mais recente, de 2020, apontou que a população preta foi a que mais sofreu com a desocupação durante a pandemia de Covid-19 (17,8%).
E a questão da desigualdade étnico-racial também atinge aqueles que se encontram empregados, por meio da dificuldade em ascender nas empresas. Uma pesquisa realizada pelo instituto Ethos mostrou que os negros ocupam apenas 4,9% das cadeiras nos Conselhos de Administração das 500 maiores empresas em faturamento do Brasil. Entre os quadros executivos, eles são 4,7%; na gerência, apenas 6,3% dos trabalhadores são negros.
Serviço
O quê: Roda de conversa com Luiza Trajano
Quando: 20 de outubro
Horário: 16 horas
Transmissão: pelo canal do MPT Campinas no Youtube (youtube.com/mptcampinas)