A educação inclusiva é um direito e tema de crescente relevância no Brasil e no mundo. Promover a plena inclusão de alunos em ambientes escolares e profissionais com deficiência no mercado de trabalho ainda é um desafio e nem sempre empresas, escolas e profissionais estão preparados ou capacitados para a tarefa.
Este é o contexto no qual surge a Lux Educação Inclusiva, uma empresa-filha da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que atua com formação e treinamento de educadores, famílias, crianças, ongs e empresas para orientar práticas efetivas de inclusão para pessoas com deficiência, transtornos de aprendizagem e altas habilidades em instituições públicas e privadas.
A empresa tem como sócios Paulo Kussler, profissional da área de tecnologia e mestrando em Ciências da Computação no Instituto de Computação (IC) da Unicamp, e Maibí Mascarenhas, profissional da área de Educação.
Paulo e Maibí se conheceram durante evento de empreendedorismo no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), em Campinas, promovido pela BU Education em pareceria com a Inova. Aproveitando o ambiente fértil de inovação promovido e fomentado no ecossistema da Unicamp, os empreendedores se uniram e transformaram a empresa em uma startup que une a expertise de seus sócios: práticas de educação inclusiva com tecnologia.
A proposta da Lux Educação Inclusiva é clara: utilizar a tecnologia para facilitar a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente educacional e corporativo. O suporte oferecido pela startup tem foco em pessoas na função de fazer a inclusão do deficiente e é realizado tanto via web quanto por meio do aplicativo que leva o nome da empresa.
“A pessoa entra e cadastra um aluno, colaborador ou familiar com deficiência, coloca se tem alguma deficiência ou característica ainda não fechada como deficiência e abre-se uma jornada para cada pessoa, alimentada regularmente com vídeos, documentos editáveis, legislações, área de mentorias que abarcam dúvidas que vêm dos usuários, diário de campo”, explica Mascarenhas a respeito do aplicativo educacional.
Além do suporte oferecido pelo aplicativo educacional, a Lux também está lançando um novo aplicativo, o Lux Comunidade, totalmente gratuito e focado em conectar grupos de professores, familiares, especialistas e demais profissionais que tenham em seu ambiente escolar, profissional ou familiar pessoas com algum tipo de deficiência. A ideia é que o grupo sirva como uma forma de apoio e troca de experiências, oferecendo plantões e formações específicas sem custos para os membros.
Este segundo aplicativo está sendo desenvolvido por outra empresa-filha da Unicamp, a SayMe, que atua no ramo de tecnologia e da qual Paulo também é sócio. Toda a abordagem no aplicativo será explicada com vídeos e conteúdos ajustados de acordo com cada realidade do usuário, além de disponibilizar materiais de apoio com links e documentos digitais.
Ambos os aplicativos (educacional e comunidade) foram desenvolvidos para acesso tanto em sistemas Android quanto IOS (I-Phone), e aí está um dos grandes diferenciais da Lux. De acordo com os sócios, uma das grandes críticas de usuários deste tipo de serviço, especialmente de famílias, é que a maioria dos aplicativos da área de inclusão é basicamente desenvolvida para IOS, restringindo muito o acesso, uma vez que os aparelhos da Apple costumam ter preços mais elevados do que os de outras fabricantes que usam a plataforma Android como sistema operacional.
Atualmente, o aplicativo Lux Educação Inclusiva conta com mais de 300 conteúdos que são gravados por profissionais diversos, como fonoaudiólogo, neuropsicólogo, gestores de escolas, entre outros, além da própria Maibí. Entre os principais clientes da startup estão escolas, famílias e empresas, cada qual por motivos específicos.
Segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), que são usados como base também no Brasil, 1 a cada 36 crianças é autista. “Não vai haver time (equipes no mercado de trabalho) sem deficiência em breve, então é preciso preparar todo mundo, não há outra alternativa”, conscientiza Mascarenhas.