O músico campineiro Murilo Macul, de 32 anos, acaba de promover em Munique, na Alemanha, Something New (Algo Novo, em português), seu single de estreia, que deve encabeçar outros lançamentos ao longo do ano, inclusive em português. A música é sobre o desapego dos medos antigos e a somatória de momentos de coragem para poder abandonar o passado e viver algo novo. É uma música sobre mudanças.
O cantor e compositor uniu a coragem com toda a maturidade acumulada para apresentar esse novo trabalho. Essa nova fase representa o nascimento do artista que se esconde dentro de um ser humano comum. Mas quem é Macul?
Sua experiência no palco começou cedo no teatro musical e passou por bandas menores até 2012, quando foi convidado para liderar a banda de Indie-rock paulista João e os Poetas de Cabelo Solto para a gravação do segundo disco e na primeira turnê internacional na Alemanha em 2014.
Ele nasceu em 12 de junho de 1989, aliás, o single foi lançado um dia antes do aniversário propositalmente. “Foi por isso que eu escolhi a data do lançamento mesmo, pra me dar de presente o início da minha carreira musical solo”, diz.
Macul cresceu no Jardim Eulina, próximo ao Centro de Treinamento da Ponte Preta. “Vivemos lá por bastante tempo até que quando eu tinha 16 ou 17 anos mudamos para perto do estádio do Guarani, no Proença. Parece brincadeira, mas bem perto do CT do Guarani”, afirma.
O artista conta que a música sempre foi presente desde muito cedo em seu caminho. “Minha primeira memória musical é de uma vitrolinha de discos que eu tinha e ficava ouvindo músicas e histórias cantadas. Também me lembro da noite em que meu irmão nasceu. Eu tinha só 2 anos, dormindo na casa da minha tia eu acordei desesperado a noite, no escuro, e comecei a chorar sem saber onde estava. Só fui acalmar quando meus tios me deram um violãozinho nas mãos e eu me senti seguro de novo”, lembra.
Ele aprendeu a tocar sozinho influenciado por um tio que o ajudou a entender o primeiro violão. “Também sempre cantei desde pequeno e adorava a sensação de quando as notas musicais de uma melodia e harmonia se encontravam em ressonância. Era como se viesse de dentro de mim uma sensação de alegria. Quando já tinha uns 12 anos, eu entrei em um grupo de teatro musical da minha escola de inglês, e aí fui cada vez mais e mais me interessando pelo canto e performance”, revela.
Os pais tiveram dois casais de filhos e a música sempre embalou as relações. “Minha irmã mais velha gostava muito de música brasileira. Minha mãe, por ser professora de inglês, sempre tinha jazz, Beatles, standards, Michael Jackson tocando em casa. Eu sempre amei Michael Jackson, as danças, os arranjos, sempre ouvi muito. Além disso, tem a parte do teatro musical, que veio da minha outra irmã. A gente ficava imitando os personagens na frente do espelho e cantando. Depois, eu e meu irmão mais novo caímos no mundo do heavy metal de cabeça e meu pai apoiou tudo comprando a minha primeira guitarra”, conta.
“Vi meus melhores amigos entrarem na Faculdade de Música da Unicamp, mas por medo ou insegurança de uma vida financeiramente difícil, decidi seguir por outro caminho. Mal sabia que isso viria a me perseguir pela vida toda e que a música seria sempre o caminho de volta pra mim mesmo”, Macul
Macul cresceu sob diversas influências musicais e, por isso, não gosta de classificações. “Eu não gosto muito de rótulos, como diria todo artista”, diz rindo como quem faz piada de si mesmo. “Mas a realidade é que por ter ouvido muitos gêneros distintos durante a minha vida, minhas composições migram bastante entre os que me influenciaram. Mas se eu tivesse que escolher três gêneros que eu mais me identifico e, que por consequência, possam se encaixar bem para definir minha música seriam: Indie-pop, Neo Soul e Singer-songwriter. Uma frase que um amigo disse para definir a minha música foi: Pop com um Twist diferente. Talvez seja isso”, brinca.
Alemanha
O artista campineiro deixou o Brasil em 2014 rumo à Alemanha por causa de um relacionamento. “Vim para cá porque minha ex-namorada morava aqui em Munique, onde eu vivo até hoje. Na época, eu achei que passaria apenas uns seis meses aqui. Fui ficando, o relacionamento acabou e decidi continuar aqui e enfrentar o mundo sozinho pela primeira vez. Parece que foi uma boa escolha”, divaga.
Macul explica que sempre teve mais facilidade de compor e escrever em inglês, mas gosta de cantar em português. “Se eu puder dar um spoiler, o próximo single vem com uma surpresa em português. Eu tenho vários lançamentos planejados para esse ano ainda. Na situação atual em que as plataformas de streaming valorizam os lançamentos, eu decidi lançar vários singles até o fim do ano. Mas para o ano que vem estou planejando um álbum completo, com músicas que eu venho escrevendo já há alguns anos.”, adianta.
Ele gosta que as coisas sigam um fluxo natural. “Eu gosto também da produção de conteúdo audiovisual e quero sempre contar uma história com cada música, sem pressa de ter de lançar tudo de uma vez. A carreira musical está só começando e eu tenho tanta coisa ainda para mostrar que se tiver pressa acho que estraga a beleza de tudo”, explica.
Lançamento
A música será lançada nas plataformas de streaming nesta sexta-feira (11). Como suas raízes ainda pertencem à Campinas, onde mantém amigos e familiares, Macul apostou em uma estratégia de lançamento diferente. Como parte do plano de lançamento de seu primeiro single, ele decidiu não colocar dinheiro em propagandas de Facebook ou Instagram como outros artistas normalmente fazem. Ao invés disso, contou com a vontade das pessoas em compartilhar e salvar seu novo single e vai retribuir tudo em doações para a Associação Anhumas Quero-Quero, em Campinas.
Cada “Pre-Salvar”em seu single debut vai gerar R$ 1 real para a instituição que promove a inclusão social de crianças e adolescentes por meio de programas socioeducativos.
“Nessa miscelânea de música eu sempre tive dificuldade de me identificar só com um estilo ou gênero. Os artistas que eu mais gostava eram aqueles que experimentavam as sonoridades diferentes e colocavam sua arte a partir daquilo que estavam vivendo no momento. Prince naquela época, Jacob Collier hoje em dia, por exemplo”, Macul
“Eu estava prestes a criar minha primeira campanha no Facebook quando percebi que esse dinheiro poderia ser investido de um jeito bem mais positivo. Então pensei em apostar na boa-vontade das pessoas e assim prover algum tipo de alívio a esses jovens do projeto”, afirma.
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