O Dia das Mães, comemorado neste domingo (8), é uma data que aflora os bons sentimentos e lembranças de quase todas as pessoas. Muitos aproveitam para comprar os mais variados presentes para homenagear as genitoras ou as mulheres que assumiram esse papel em sua vida. Mãe não é tudo igual, apesar do ditado popular, mas o que todas têm em comum é amor incondicional e completa doação aos filhos.
Esse sentimento de ultrapassar todos os limites pela segurança e bem-estar dos filhos ficou ainda mais latente durante a crise sanitária enfrentada pelo mundo.
Cláudia Marques, de 39 anos, mãe de um menino de 13 e outro de 9 anos, é um desses exemplos. No auge da pandemia perdeu o emprego, mas não se deixou abater por conta dos filhos.
“Eu trabalhava como demonstradora de brinquedos me uma loja de shopping, desde 2017. Fui promovida em março de 2020 e uma semana depois a loja fechou por conta da Covid. Em junho fui demitida junto com outras pessoas. Fiquei muito triste e abalada. A gente não sabia o que estava por vir. Meu esposo também foi demitido em agosto. Isso sobrecarregou demais, mas a gente foi dando um jeito de cuidar da casa e dos filhos. Eles são a prioridade”, conta.
Em outubro do mesmo ano, Cláudia teve Covid e precisou ficar isolada, afastada dos filhos, principalmente do mais novo, que tem problemas respiratórios. “Eles ficaram com muito medo e não podiam ter contato comigo”, lembra.
“Ser mãe no mundo de hoje não é fácil, mas para mim é uma dádiva. Eu sonhava em ser mãe, não me vejo sem meus filhos”, Cláudia Marques.
Em janeiro de 2021, voltar a trabalhar de final de semana na mesma loja de brinquedos. Mas em março pegou Covid novamente. “Fiquei muito mal mesmo. De dia meu marido cuidava de mim e da casa, mas tinha de trabalhar à noite. Eu tinha de me levantar para esquentar comida para os meus filhos. Corremos risco, mas graças a Deus eu não passei para eles”, diz.
Cláudia está há um ano efetivada na loja e se ressente de não poder estar tão presente para os filhos quanto gostaria. “Eu trabalho no shopping desde 2007. O meu filho mais velho vai fazer 14 anos. Eu não o vi crescer, falar papai, mamãe, não vi ele andar. E com o menor foi a mesma coisa. Eu perdi essa fase deles, dói o coração. Mas a gente quer uma casa, dar um bom estudo, coisas boas, então a gente acaba privando a nossa relação com a família para poder dar o melhor para eles”, diz emocionada.
Ela diz que às vezes os filhos querem mais a presença dela, por isso, tenta encontrar alternativas para ficar mais com eles. “Estou pesquisando cursos que me deem a oportunidade de trabalhar em casa para ficar mais perto deles. Ser mãe é isso, saber dosar o serviço, a casa, os filhos, acompanhar o crescimento deles, passar as informações corretas, mostrar as coisas boas que existem no mundo apesar do mundo estar do jeito que está. Acredito que como mãe eu não falhei com eles. Eu faço o máximo que eu posso para os meus filhos. Eu tiro de mim para fazer para eles”, completa.
Vida melhor aos filhos
A gente colocou no mundo então tem que cuidar. Ser mãe é uma coisa boa, renova a vida da gente. A gente que é mãe vê tudo mais claro, tem mais vontade de viver para cuidar deles. Morro de medo de morrer porque quero cuidar deles”, Maria das Dores Mendes da Silva.
A profissional de limpeza, Maria das Dores Mendes da Silva, de 41 anos, também se desdobra pelo filho de 17 e a filha de 8.
“A pandemia só atrapalhou tudo. Tudo subiu. As coisas estão muito caras. A gente não está conseguindo fazer o que tem vontade de fazer. A gente paga convênio, às vezes eles pedem para comprar coisas, mas nem tudo a gente consegue”, diz.
Para tentar contornar a situação e dar uma vida melhor aos filhos, ela faz bolos de encomenda e também bolos de pote.
“Eu faço as minhas encomendas para aumentar a renda e conseguir manter tudo para eles. Mas até as encomendas estão complicadas porque todos os produtos subiram. A gente vai se virando como dá”, conta.