Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que entre as 1.896 cidades pesquisadas pela entidade entre os dias 16 e 19 de agosto, 1.144 delas, ou 60,3%, não registraram morte por Covid-19 no período. A 22ª edição do estudo revela ainda que pouco mais de 1.100 municípios, totalizando 57,4% dos que responderam, afirmaram estar vacinando a faixa etária entre 18 e 24 anos e pelo menos 62 (3,3%) já aplicam a vacina em adolescentes acima de 12 anos sem comorbidades.
A pesquisa mostra que a vacinação está avançando nas cidades e apenas um município afirmou estar imunizando pessoas acima de 50 anos; 7 prefeituras vacinam pessoas entre 40 e 44 anos; 60 aplicam doses na faixa etária entre 35 e 39 anos; 191 estão na faixa entre 30 e 34; e 481 municípios imunizam pessoas com idade entre 25 e 29 anos.
Mesmo com o avanço na aplicação de doses, a falta dos imunizantes ainda foi registrada por 17,5%, ou 332 deles. Desses, 80% afirmaram não conseguir aplicar a primeira dose e 39% registram a falta de imunizantes para aplicar a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Ao se tratar da escolha do imunizante, o levantamento trouxe quais ações ou punições estão sendo tomadas pelos gestores locais: 53,3% dos municípios apenas informam que não é possível escolher qual a marca da vacina a ser aplicada e aplicam a que está disponível; em 32% (606) dos municípios a pessoa perde a vez na vacinação e vai para o final da fila; outros 11,3% (214) pedem para que a pessoa retorne quando o imunizante desejado chegar ao município; e 0,7% (14) locais permitem a escolha da vacina.
“Passaporte da vacina”
A CNM também questionou os gestores se eles concordam em condicionar o acesso a espaços públicos e coletivos, como estádios, supermercados e shopping, à comprovação da vacinação contra a Covid-19. Mais de 55%, totalizando 1.046 localidades, afirmaram que o município pretende fazer essa exigência. Outros 35% afirmaram que não; e 9,9% não responderam. Dos que responderam que concordam, 16,5% afirmaram que já estão adotando essas medidas; enquanto 83% ainda não.
Medidas restritivas de circulação de pessoas ou atividades econômicas ainda estão sendo adotadas pela maioria das cidades: 53% dos respondentes. Outros 39,5% afirmaram que não adotaram restrições nesta semana.
Aulas presenciais
A pesquisa mostra que 52% das localidades afirmaram que as aulas presenciais já retornaram. Entre as medidas que ainda precisam ser adotadas para a volta do ensino presencial, os gestores destacaram: 1- organização dos ambientes como sala de aula e espaços de convivência (23,6%); 2- adequação dos espaços físicos das escolas (refeitórios, banheiros) (22,2%); 3- plano de comunicação (19,6%); 4- planejamento pedagógico para atividades presenciais e não presenciais (19%); 5- aquisição ou aumento do estoque de material de limpeza e higiene (18,4%); 6- testagem em caso de suspeita de Covid-19 (17,6%); e, 7- instalação de bebedouros e torneiras (13,2%).
Casos e nova variante
Segundo o estudo, os registros de mortes vêm caindo semana a semana. Nesta edição da pesquisa foi detectado que as mortes diminuíram em 10%, ou 189 municípios; se mantiveram estáveis em 16%, ou 303 localidades; e apenas 6,3%, ou 120 prefeituras, registram aumento no número de óbitos por coronavírus.
Os registros de novos casos confirmados de Covid-19 foram apontados como estáveis por 31,5%, ou 598 municípios; diminuíram em 30,7%, ou 582 locais; e aumentaram em 16,4%, ou 310 localidades. Não ocorreram novos casos de Covid em 14,1%, ou 267 administrações municipais, segundo o levantamento da CNM.
Quanto à variante Delta, a CNM perguntou se essa já foi identificada no município. Segundo 84,8% dos municípios, ou 1.608 cidades, a nova cepa ainda não foi identificada. Outros 5,7%, ou 120 prefeituras, já registraram a nova variante da doença. Na semana passada, a variante, que, de acordo com os pesquisadores, pode ser mais contagiosa, havia sido identificada por menos de 4% das cidades.