O vereador Major Jaime (PP) será o relator da CPI da propina, que investigará suposta cobrança de vantagens indevidas por parte do presidente afastado Zé Carlos (PSB) para manutenção e renovação dos contratos da Câmara de Campinas. Major Jaime foi escolhido por 4 votos contra 2 nesta segunda-feira (10). Ele concorreu com Paulo Bufalo (PSOL).
“Refleti muito sobre a possibilidade de assumir essa função”’, disse Major Jaime.
“São fatos graves que foram trazidos à tona, que merecem ser apurados com muita transparência, equilíbrio e independência”, completou o vereador, que integra a ala mais à direita. Ele vota a favor do governo na maioria das pautas, mas diz que não faz parte da base de sustentação.
A primeira reunião da CPI aconteceu nesta segunda. A comissão terá o prazo de 90 dias para concluir o relatório. Ficou acertado que as reuniões ordinárias ocorrerão todas as quartas-feiras, a partir das 14h.
“Queremos uma reunião com os promotores do Ministério Público para obtermos cópia do processo e dos áudios que apontam as suspeitas”, afirmou o presidente da CPI, Paulo Gaspar (Novo), indicando que o MP deve ser um dos primeiros a ser convocado para prestar depoimento.
A denúncia
Foi o Ministério Público que ofereceu a denúncia contra Zé Carlos. A investigação veio à tona em 17 de agosto, quando o Gaeco realizou buscas nas dependências da Câmara e em endereços ligados a Zé Carlos.
No mês seguinte, o MP divulgou áudios em que o presidente afastado da Câmara e seu advogado, então subsecretário de Relações Institucionais, Rafael Creato, supostamente pedem vantagem a um empresário, representante da TV Câmara, para a manutenção do contrato com a empresa. Rafael Creato pediu exoneração posteriormente.
Pouco antes da abertura da CPI, Zé Carlos se afastou temporariamente da presidência, que está agora sob o comando de Débora Palermo (PSC).
Multa para quem soltar fogos
Durante a sessão ordinária da Câmara nesta segunda-feira (10), os vereadores aprovaram, em segunda votação, projeto de lei número 47/20 que prevê multa a quem solta fogos de artifício sonoro ou artefatos pirotécnicos na cidade.
De acordo com Nelson Hossri (PSD), autor do projeto, o estouro ou estampido dos fogos pode causar traumas irreversíveis, especialmente em animais, que possuem alta sensibilidade auditiva.
As próprias pessoas que soltam os fogos também podem ser vítimas, com ferimentos de queimaduras e até mortes, destaca o vereador.
O projeto estabelece uma multa administrativa de, no mínimo, R$ 420 e, no máximo, de R$ 2.104, para quem soltar ou manusear fogos de artifício ou artefatos pirotécnicos.
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