Quase dois meses depois, o superintendente de futebol do Guarani, Michel Alves, voltou a conceder entrevista coletiva. Com o Bugre na 18ª posição na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro da Série B, dentro da zona de rebaixamento, o dirigente conversou com a imprensa nesta quarta-feira (25), no Brinco de Ouro da Princesa, e garantiu que o clube está “aberto ao mercado” para buscar reforços no mês de julho, quando reabre a janela de transferências do futebol nacional.
“Temos 32 jogadores no elenco, de fato é isso, e o Chamusca até comentou que temos um elenco de número excelente. Não adianta ter um elenco inchado e deixar jogadores de fora, que é uma grande preocupação. O Guarani sempre vai estar aberto ao mercado, mas também temos que entender que é o que temos hoje de atletas disponíveis nas funções. Temos praticamente características diferentes em mesmas funções para gerar uma variação de jogo e o treinador ter uma opção de definir e decidir na circunstância que o jogo oferece”, explicou.
“Tem a situação da janela que foi efetivada esse ano e por isso já formamos o elenco dessa maneira. Eu posso contratar um jogador que esteja parado, mas tem um vínculo antes da janela, tem que analisar o custo e o benefício desse movimento porque ele está sem jogo e aí você tem que prepara-lo. Você vai ter que buscar alguma coisa específica, dentro do nosso mercado interno, de Série A, porque Série B não dá para trazer se ele já entrou em campo em seis partidas neste ano. Tem que saber até que ponto está firme determinado jogador que não está correspondendo na Série A para vir. Está aberto, temos um espaço para trabalhar e estamos atentos sobre isso”, acrescentou o dirigente.
Contestado por parte da torcida do Guarani, Michel Alves sofreu críticas nas últimas semanas por conta da demora de 14 dias para anunciar a contratação do técnico Marcelo Chamusca, substituto de Daniel Paulista. O superintendente de futebol do Bugre respondeu sobre os questionamentos e deixou claro que nada é feito do dia para a noite no Brinco de Ouro da Princesa.
“Primeiro que algumas coisas (críticas), sim, chegam a mim, outras coisas não. Eu não tenho página em rede social, mas algumas coisas naturalmente chegam porque fazem parte do processo e eu preciso ficar sabendo de algumas coisas. Um clube da grandeza do Guarani sempre vai existir essa responsabilidade, essa cobrança, e por isso precisamos de cabeça fria na tomada de algumas decisões, nunca fizemos algo do dia para a noite no Guarani”, afirmou o dirigente.
“Fui questionado outro dia sobre o motivo da quantidade de dias para contratar o novo treinador e foi exatamente porque naquele momento estávamos trabalhando o nome do Chamusca, trocando ideia, conversando, debatendo. Não é simplesmente ligo, aceito, venho e está pronto. O Guarani hoje é diferente, o próprio Chamusca externou isso a todos, é um outro clube. Quando tu vai contratar um treinador, há um debate, troca de ideia, metodologia de trabalho, objetivos, é tudo. Da mesma parte que o treinador pergunta ao clube, o clube também pergunta ao treinador. Por isso que a gente vem mantendo aí uma maneira de treinador, e o Chamusca, vem de uma diferença dos nossos últimos treinadores que tivemos aqui, muito pelo histórico dele no clube. Do trabalho dele, experiência e ele é um cara vencedor dentro do clube. A gente resgata isso e tenta buscar um novo caminho para prosseguir”, detalhou.
Problemas no vestiário antes da saída do Daniel Paulista?
Após o empate por 1 a 1 diante do Náutico, um dia antes da saída do técnico Daniel Paulista, comentários nas redes sociais deram conta de uma possível discussão entre o treinador e o centroavante Lucão do Break. Michel Alves descartou qualquer possibilidade de briga entre atletas e comissão técnica, e também garantiu que o clima é de integração no elenco.
“Eu poderia usar a palavra violamento. Não vou falar que fico triste, não fico, mas eu fico até preocupado. É completamente descabido uma falácia dessa. Completamente. Algumas coisas naturalmente a gente guarda, em sigilo, mas com certeza não existiu nada disso, nenhuma possibilidade de empurra, empurra”, ressaltou.
“Eu fico surpreso de alguém imaginar que estão saindo na pancadaria ou brigando. Eu vou para o meu terceiro Campeonato Brasileiro no Guarani, discussões várias, eu já discuti, não concordei com algumas opiniões e sempre digo que a gente pode divergir, dividir jamais. O importante é levar a melhor ideia para o Guarani. Nós tomamos um gol no final do jogo contra o Náutico, no minuto 95 ou 94. Se não toma o gol, não tinha briga. É tudo pelo resultado e tudo pelo factoide para gerar um problema. O pior é daqui a pouco você tem que trazer o presidente um superintende do clube para desmentir uma coisa que não tem sentido nenhum. O ambiente do Guarani depois do jogo era de consternação, mas ao mesmo tempo de integração”, destacou Michel Alves.
De olho na estreia do técnico Marcelo Chamusca, o Guarani tem semana cheia para trabalhar e volta a campo no próximo sábado (28), quando enfrenta o Sampaio Corrêa, às 19h, no estádio Castelão, em São Luís, no Maranhão.