Alvo de polêmicas no governo federal, a vacina fabricada pela Pfizer/BioNTech finalmente chegou ao Brasil. O primeiro carregamento do acordo de compra de 100 milhões de doses aterrissou nesta quinta-feira, perto das 19h30, no Aeroporto Internacional de Viracopos. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, acompanhou a chegada. A remessa de um milhão de imunizantes será distribuída exclusivamente para as capitais do País.
A logística que envolve a vacinação com o imunizante da Pfizer é diferente daquela usada na Coronavac e AstraZeneca/Oxford. Ela pode ser armazenada sob temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. Assim que chegarem aos postos de vacinação, as vacinas da Pfizer têm de ser aplicadas em até cinco dias, porque estarão em temperaturas que variam entre 2°C e 8°C.
O imunizante enviado nesta quinta ao Brasil foi fabricado em Puurs, na Bélgica. Segundo o Ministério da Saúde, as capitais brasileiras deverão começar a receber as vacinas entre sexta-feira (30) e sábado (1°). O ministério informou que enviará duas remessas diferentes. Cada uma delas terá 500 mil doses e será referente, respectivamente, à primeira e segunda doses que cada cidadão deverá receber. Em março, em reunião com a farmacêutica, a pasta apresentou a previsão de que até junho seriam entregues 13,5 milhões.
Acordo
Muita polêmica envolveu a negociação entre a Pfizer e o governo brasileiro. A farmacêutica disse ter oferecido, em agosto de 2020, a primeira proposta para aquisição de imunizantes pelo governo brasileiro, que poderiam ter sido entregues em dezembro passado. Outras duas propostas foram feitas, segundo a farmacêutica, ainda no ano passado.
A não responsabilização por qualquer efeito colateral da fabricante e a obrigação do Brasil em fornecer material para diluir o imunizante teriam sido, segundo o governo, os entraves das negociações. Enquanto as diferenças se seguiam no final de 2020, Estados Unidos, Japão, Israel, Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Equador e Chile, entre outros, fechavam acordos de compra com a Pfizer.
Dário Saadi
Além do ministro da Saúde, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, também esteve nesta quinta-feira (29) à noite no Aeroporto de Viracopos. O prefeito, acompanhado do secretário municipal de Saúde, Lair Zambon, aproveitou para conversar com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e solicitar que nas próximas remessas da vacina da Pfizer, Campinas seja incluída na distribuição, já que a cidade tem condições técnicas de armazenar a vacina em freezers e geladeiras especiais. “Nós fizemos a solicitação e o ministro confirmou que Campinas estará incluída nas próximas distribuições”, afirmou o prefeito.