Jade, a irara fêmea de 12 anos do Bosque dos Jequitibás, morreu na última sexta-feira (21), após ser agredida pelo companheiro Alaor, no dia anterior. O casal vivia junto desde 2012. Ela ficou famosa por receber tratamento com células-tronco para recuperar os movimentos, depois de sofrer com problemas neurológicos. As iraras são animais carnívoros, da família “Mustelidae”, a mesma dos furões, lontras e ariranhas.
Segundo informações do Bosque, esses animais são extremamente territorialistas e algum fator pode ter desencadeado uma disputa por território.
Conforme o Hora Campinas publicou em setembro do ano passado, Jade, que vivia no Bosque desde 2011, teve problemas neurológicos e recebeu tratamento com células-tronco, na esperança de reverter uma paralisia das pernas, que se instalou em 2017, por causas desconhecidas. O tratamento foi oferecido em parceria com o Hospital Veterinário do curso de Medicina Veterinária, da PUC-Campinas. O caso teve grande repercussão e mereceu sucessivas reportagens, entre elas uma elaborada pela TV Câmara, de Campinas, no quadro “É o Bicho”. Veja vídeo abaixo:
Tratamento
À época, o veterinário do Bosque dos Jequitibás, Douglas Presotto, explicou que Jade havia passado por tratamentos convencionais, com medicamentos, e alguns alternativos e complementares, como acupuntura, desde que surgiram os primeiros sintomas de paralisia. Essas terapias promoveram algumas melhoras no seu quadro geral.
De acordo com a Prefeitura, houve boa recuperação do quadro clínico, o animal voltou a andar (ainda que de maneira limitada) e foi devolvido ao recinto de origem após um período de readaptação.
Nessa fase o macho, Alaor, permaneceu no cambiamento do recinto (local próprio para isolar e manejar os animais). Após esse período, os dois foram colocados juntos novamente e assim permaneceram por cerca de duas semanas sem demonstração de agressividade.
Porém, na tarde de sexta-feira, ele passou a agredi-la de forma incisiva. A cena assustou os frequentadores do Bosque. Um grupo, usando uma pedra, quebrou o vidro e entrou no recinto na esperança de livrar Jade das agressões.
Jade chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
“Infelizmente, a irara fêmea veio a óbito. Na próxima semana será realizado uma necropsia, com colheita de amostras para exames histopatológicos, para elucidação da causa da morte. Ela morreu ontem (sexta-feira), chegou a ser medicada antes”, reforça a Administração.
“O Bosque dos Jequitibás dispõe de serviço de vigilantes que atuam em postos fixos e em sistema de ronda, capacitados para acionar os técnicos nestas situações, o que efetivamente ocorreu”, conclui.