A Mostra Curta Audiovisual, realizada em Campinas desde 2006 por um coletivo independente de artistas e profissionais da área, chega à 14ª edição com programação variada e acessibilizada para o público. Neste ano, ela acontece de 18 a 28 de setembro, de quarta a sábado, dividida em duas semanas em diversos locais importantes do audiovisual e da cultura na cidade. Serão oito dias de programação intensa, destinada a todos os públicos. Confira a lista completa de atividades no site oficial da Mostra.
A abertura da Mostra Curta será realizada no dia 18, quarta-feira, com programação na Sala dos Toninhos (anexa à Estação Cultura, na Vila Industrial). Na noite deste dia, haverá exibição de filmes nacionais, videoclipes e também a apresentação da performance “Espiralar”, da Aya Cia de Dança.
“Propomos aqui a finalização de uma performance afrofuturista que utiliza a arte digital, as danças em cadeira de rodas, urbanas e afro, a percussão ao vivo e a produção musical contemporânea autoral”, relata o grupo responsável pela performance de abertura.
Segundo a organização da 14ª Mostra Curta, são esperadas uma média de público de 200 pessoas por dia, em uma programação que soma a exibição de 94 filmes de curta-metragem divididos em: oito sessões nacionais, quatro sessões regionais, uma sessão infantil com cinco apresentações, uma sessão videoclipe com duas exibições, uma sessão videodança & videoarte e uma sessão latina.
“Tivemos 569 filmes inscritos vindos de 23 estados, além do Distrito Federal, para realizarmos a curadoria. Destes, foram selecionados 89 filmes de 17 estados e DF. Teremos, ainda, cinco filmes latinoamericanos vindos do México, Argentina e Colômbia, em parceria com a rede Divercilac (Diversidade no Cinema Latino-Americano e Caribenho)”, aponta Mari Atauri, diretora geral da 14ª Mostra Curta.
A 14ª Mostra Curta é uma realização do Governo Federal, via Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo. Produção do Governo do Estado de São Paulo, via Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e da Atauri Produções.
Costurando novas histórias
Como já é comum no histórico de edições, todos os anos a Mostra Curta Audiovisual elege uma temática que norteia a construção de toda a programação. Para a 14ª edição, “Costurando novas histórias” propõe reflexões acerca do cuidado, carinho, afetividade e ancestralidade, simbolizados pela arte do bordado e sua relevância cultural.
“O bordado é uma atividade artesanal que está em todo Brasil e que, muito mais do que uma fonte de renda, é um ofício de tradição que faz parte de práticas culturais de diversas comunidades, sendo uma forma de expressão e um gerador de elos”, explica Mari Atauri.
Com um painel bordado como símbolo central da identidade visual desta edição, a Mostra traz reflexões sobre a costura entre diferentes existências, cada uma com suas singularidades, histórias e percursos, mas todas partes de um mesmo todo.
“São linhas de diversas cores, espessuras e texturas que vão criando formas, alinhavando e fazendo nós em nosso cotidiano. Fios que atravessam tramas e constroem novos caminhos e cores para sonhar e resistir”.
A 14ª edição está repleta de eventos e atividades que celebram a diversidade cultural. Com uma programação variada e acessível, a Mostra promete ser um espaço de encontro e troca de experiências para todos os públicos.
A integração de recursos de acessibilidade e a oferta de uma programação diversificada reforçam o compromisso da Mostra em promover a arte como uma ferramenta de conexão e transformação social.
Na intenção de tornar a experiência do público presente mais enriquecedora, a Mostra integra ainda ações artísticas que costuram toda a programação com música, dança, teatro e cultura popular.
Além disso, as sessões nacionais e regionais serão exibidas online no canal do YouTube da Mostra por um período de 48h, no dia seguinte à exibição presencial. As atividades formativas, a Masterclass de atuação e a Mesa de debate ficarão disponíveis de forma permanente no canal; a Masterclass de Audiodescrição ficará online por 48h.
Acessibilidade cultural
Para esta edição, a organização da Mostra Curta reforçou ainda mais os recursos de acessibilidade comunicacional disponíveis para diversos públicos. Para isso, todas as sessões nacionais e regionais contarão com algum recurso de acessibilidade: Libras, Audiodescrição e/ou Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE).
A sessão de filmes infantis, chamada Mostrinha, também contará com LSE e algumas atividades como Masterclasses, Mesa de debate e o evento de abertura contarão com tradução em Libras.
“Nossa oficina de documentário deste ano, ministrada pelo Projeto Mão Dupla, será voltada ao público que se comunica em Libras e teremos também uma oficina de ficção chamada ‘Cinema sensorial e lugares utópicos’, na qual vamos propor percepções e captação de imagens de diferentes formas”, conta Gabi Perissinotto, coordenadora de produção e programação da Mostra.
Destaques da programação
- Performance “Espiralar” da Aya Cia de Dança: Uma performance afrofuturista que utiliza a arte digital, as danças em cadeira de rodas, urbanas e afro, a percussão ao vivo e a produção musical contemporânea autoral. Sua finalidade é comunicar concepções espiralares do tempo, trazendo elementos da cultura tradicional de matriz africana e difundindo a dança em cadeira de rodas, com adaptação das danças tradicionais de orixás e danças urbanas interpretadas por uma bailarina cadeirante e um bailarino andante.
- Para crianças: Teatro infantil e sessão Mostrinha | “Costurando Nuvens”: Histórias costuradas pelo tempo, que falam de amores, mulheres guerreiras, lutas e quilombos… reescritas e encenadas por pessoas adultas que mantêm vivas dentro de si a energia e a criatividade das crianças.
- Apresentação do Jongo Dito Ribeiro: Uma roda de jongo para celebrar o lançamento do curta documentário “Pisa na Tradição” que traz um pouco da história dos pontos da Comunidade Jongo Dito Ribeiro. A apresentação acontece no mesmo dia da exibição do documentário na sessão Curta Campinas 4.
- Mesa de debate: A partir de uma pluralidade de perspectivas e experiências, iremos nos aprofundar sobre a colaboração dos agentes culturais na gestão de um plano de acessibilidade, focando na divulgação e fortalecimento da cultura do acesso. O audiovisual como um ecossistema complexo, que abrange produção, distribuição, exibição, formação e preservação possui muitas frentes de trabalho que não se restringem às gravações e exibições de filmes. Esta roda de conversa intitulada “Cinema e acessibilidade: Quais as barreiras do setor audiovisual?” propõe uma perspectiva crítica que analise o audiovisual desde os debates sobre o ‘acesso’ e em diálogo com realizadores DEFs (com deficiência), sensibilizando e mobilizando as bases que possam promover transformações duradouras referentes à acessibilidade no setor.
- Filmes: Curta Campinas com filmes que circularam outros festivais pelo Brasil e agora estarão em uma sessão com a presença dos realizadores para troca de ideias e saberes.