A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Campinas e Região avalia que o programa emergencial que permite a redução de jornada e salário ou suspensão de contratos lançado ontem (27) pelo governo federal, pode ter chegado com atraso e se mostrar insuficiente. Em nota divulgada hoje, a entidade diz que a medida “é bem vista, porém, com quatro meses de atraso, seus impactos podem ser insuficientes para garantir empregos e manter abertos os estabelecimentos”.
A Abrasel diz que essas medias foram solicitadas pelo setor em janeiro e chegam agora num momento delicado para as empresas. “Somente no setor de Alimentação Fora do Lar 91% dos bares e restaurantes estão sem caixa até para honrar os salários de abril e as despesas recorrentes”, diz a nota.
Para a entidade, outras medidas seriam necessárias agora, para que os empresários se sintam confiantes em assumir mais dividas que virão com a estabilidade dos funcionários e assumir a manutenção dos empregos por longo período, como maior flexibilização do horário de funcionamento e vendas suficientes para quitar novas despesas.
A associação diz que além dos 30% dos estabelecimentos (bares) que não puderam reabrir nesta semana, 19% dos associados decidiram por manter a porta fechada na primeira semana da retomada. Para 54% dos associados, o faturamento no último final de semana foi de 10% a 40%, considerando apenas as vendas de salão.
O presidente da Abrasel em Campinas e Região, Matheus Mason, diz que um outro aspecto preocupa o setor: os empréstimos feitos no ano passado em fase final de pagamento e estabilidade.
“Muitos associados sem geração de caixa estão utilizando o que ainda sobrou para quitar os empréstimos e podem encerras as atividades nos próximos meses”, diz ele. “As empresas do setor encontram-se com um endividamento muito alto e as vendas nesta primeira semana indicam um período de incertezas quanto à capacidade de assumir novas dívidas”, alerta.