Desde tempos remotos, o mundo vem se transformando. O que antes eram florestas, agora são prédios, e as pequenas coisas foram substituídas pelas tecnologias cada vez mais avançadas. Nesse sentido há um ponto importante: o que antes era valoroso já não tem o mesmo valor, e isso altera a percepção de tudo o que compreendemos como realidade.
Há um mundo por trás dos nossos olhos, um universo rico que explora o essencial de cada coisa, que traz felicidade por sentir a brisa fresca da madrugada e até mesmo o chuvisco que refresca nosso rosto. Nesse mundo há vida nas cores, cheiro nas flores e músicas que nos trazem lembranças de bons momentos.
Algo bonito de se pensar é em uma cena do livro “Academia de Vampiros” da Richelle Mead, onde se fala que a diferença entre os vivos e os sem alma é a capacidade de enxergar a beleza nas pequenas coisas. Os mortos-vivos, os Strigoi da fantasia, não conseguem ver o belo; eles veem o mundo como uma oportunidade de obter bens materiais e fama. Em contraste, os outros podem sentir o calor do sol, ver as flores desabrocharem sob raios luminosos, perceber a bondade nos outros e ter esperança de dias melhores.
Essa é a verdadeira beleza de viver: temos a chance de contemplar a natureza, apreciar obras de arte, ouvir músicas e sentir os mesmos sentimentos que o compositor teve ao escrevê-las e poder dar a mão a quem precisa. É nesse mundo que quero ficar, um lugar que sinto felicidade por ver desenho nas irregularidades, onde rio ao imaginar que a frente de um carro como um rosto sério ou risonho e por comer minha comida predileta.
É um universo por trás das telas, que apresenta o verde da natureza ou o calor da fogueira em um luau. Onde acompanho pequenos animais vivendo suas vidas, pássaros sobrevoando em conjunto e tardes com amigos especiais.
São nesses momentos que encontramos a verdadeira felicidade, porque ela está nesses simples acontecimentos. Máquinas são importantes para a globalização, mas nada supera a alegria de uma tarde de jogos com a família ou a leitura acompanhada por um chocolate quente.
Conforme o filósofo David Hume afirmou: “A beleza não é uma qualidade inerente às coisas. Ela existe apenas na mente de quem as contempla”. Nesse sentido, o belo está nos olhos de quem vê, é uma questão de perspectivas.
Cada um tem seu próprio ponto de vista, seus sonhos, seus anseios ou suas preocupações, e tudo isso altera a maneira a qual você enxerga o mundo. Tem dias nebulosos, ao qual a nossa visão está na escala do cinza, onde nada nos chama a atenção, porém, ao trocar de “óculos”, até mesmo o cinza constrói lindas artes.
Aos olhos certos, você é um artista pintando todos os dias uma nova tela, seja uma mandala colorida, monocromática, ou bicolor, só depende dos vetores que o observador aplica. Ou seja, faça chuva ou faça sol, somente você possui a capacidade de transformar a sua percepção em um paraíso.
E este é o universo que cada um carrega atrás de sua lente: simples, todavia cheio de sentimentos que transbordam em nossos peitos, algo que nos move para fazer o impossível acontecer e nos reanima para continuar lutando diariamente. E é neste mundo que fazemos os nossos sonhos acontecerem.
Ludimila Rezende Santos, 18 anos, é de Goiânia, Goiás. Estudante de farmácia. A jovem fez Academia Educar on-line e segue monitora do projeto e até já replicou parte da metodologia da Educar em sua cidade.