A paralisação dos funcionários de limpeza da empresa terceirizada prestadora de serviço para a rede municipal de Educação afetou 700 funcionários e deixou 75 escolas sem aulas nesta quarta-feira (9), de acordo com informações da Prefeitura. Nova mobilização está marcada para esta quinta-feira (10), a partir das 8h, em frente ao Paço municipal.
Os funcionários acusam a empresa Especialy, que firmou contrato com a Administração Municipal em outubro de 2021, de não honrar com as obrigações trabalhistas, entre elas o não pagamento do FGTS, atrasos nos benefícios e também nos salários. Milhares de alunos foram afetados pelo não funcionamento das unidades.
Marcela Reis, analista de atendimento, foi pega de surpresa ao deixar os filhos, de 9 e 7 anos, na Emef Profª Geny Rodrigues, que fica no bairro São Bernardo.
“A escola disse que ficou sabendo às 21h, no dia de ontem (terça-feira, 8), e que entrou em contato com os pais por whatsapp. Eu não recebi e alguns pais que chegaram junto comigo também não”, conta.
A analista reclama da situação logo no começo da volta às aulas presenciais. Principalmente porque retornou ao trabalho de forma presencial, na semana passada.
“Depois de dois anos de pandemia, onde tivemos que nos adaptar ao trabalho remoto e às aulas on-line, sei quanto foi difícil o processo de alfabetização em casa e o quanto as crianças estão atrasadas no processo de leitura e escrita. Agora é hora de recuperar o tempo perdido com sabedoria e cautela do Poder Municipal. Agora uma greve por falta de pagamento é um absurdo”, completa.
Para contornar a situação, ela precisou negociar com o superior para ficar os próximos dias da semana trabalhando em casa até que a situação seja resolvida. “Retornei na semana passada e pedi para ficar em casa essa semana até tudo se revolver”, reforça.
“O pagamento era para ter sido feito na segunda-feira (7), que é o quinto dia útil. Se fosse na empresa antiga já teríamos recebido na sexta-feira. Mas essa além de não pagar na data, a gente liga para ter informações, mas não respondem. Nem falam qual a previsão de pagar”, diz, sob condição de anonimato, uma funcionária que atua em uma creche em Barão Geraldo há três anos.
“A Prefeitura de Campinas informa que os repasses à empresa estão rigorosamente em dia e está em contato com o prestador para que os serviços sejam retomados o mais breve possível. Neste momento, a Secretaria de Educação está fazendo um levantamento sobre as unidades da rede que possam ter sido afetadas nesta quarta-feira. Caso a empresa não retome os serviços, medidas administrativas serão adotadas”, informa.
A reportagem aguarda posicionamento da empresa terceirizada.