Novas placas informativas sobre o carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, estão sendo instaladas nos sete principais parques de Campinas. São sete banners na entrada de cada local e 45 placas informativas.
O objetivo é alertar a população para evitar o contato com as áreas vegetadas dos parques, como a grama e folhas secas
O objetivo é alertar a população para evitar o contato com as áreas vegetadas dos parques, como a grama e folhas secas, para não correr o risco de ser parasitado pelo carrapato. Em 2021, até o momento, três pessoas morreram em razão da doença. A vítima mais recente foi um homem de 21 anos, que morreu em agosto.
O provável local de infecção foi o bairro Boa Esperança. Em julho, um homem de 58 anos e um adolescente de 13 morreram em razão da doença. Os locais prováveis de infecção foram o distrito de Sousas e o bairro Vista Alegre, respectivamente.
A instalação das placas começou nesta sexta-feira (24) pela Lagoa do Taquaral. Também receberão os informativos, o Lago do Café, Lagoa Mingone, Taquaral, Pedreira do Chapadão, Parque das Águas, Parque Ecológico Hermógenes Filho e Parque Monsenhor Emílio José Salim. Mais 150 placas serão instaladas em outras áreas de risco no município.
Como informado nos avisos, os frequentadores devem usar os caminhos de terra e calçamentos. Andar, sentar ou deitar na grama e na folhagem precisa ser evitado, assim como piqueniques ou sessões de fotos sobre estas áreas. Para isso, pode-se usar as mesas dos parques.
“A população pode e deve frequentar o parque, porém, precisa tomar esses cuidados”, disse a coordenadora do Programa Municipal de Arboviroses, Heloísa Malavasi.
“A população pode e deve frequentar o parque, porém, precisa tomar esses cuidados”
Caso alguém passe por áreas de vegetação e de mato, é preciso ficar tento por cerca de 15 dias aos sintomas da doença, que são febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo.
A febre maculosa é uma infecção grave. Não existe vacina contra ela e não é possível eliminar totalmente o carrapato.
Capivaras
O médico Paulo Anselmo, veterinário do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal da Secretaria do Verde e Meio Ambiente diz que só retirar as capivaras – que são as hospedeiras naturais dos carrapatos – dos parques, não resolve o problema da infestação, porque, segundo ele, novas capivaras vão migrar para essas áreas.
Especialista diz que apenas remover as capivaras não resolve
Para ele, o que a Prefeitura faz é manter baixa a vegetação desses parques. “Com isso, você restringe o número de capivaras, porque a disponibilidade de alimentos faz com que a população seja controlada, e também a insolação das áreas de vegetação inviabilizam a dispersão dos carrapatos”, diz
De acordo com a Administração, o enfrentamento do problema inclui manejo ambiental da vegetação, controle biológico e informação para as pessoas que se expõem em áreas verdes, principalmente próximas a cursos d’água.
O que fazer se for parasitado
“A Febre Maculosa tem cura e o tratamento inicia já na suspeita. Se tiver febre e ou qualquer outro sintoma da doença, não espere. A enfermidade tem uma evolução muito rápida e os sintomas podem ser confundidos com dengue ou Covid-19. Vá a um serviço de saúde e informe que teve contato com o carrapato ou esteve em locais de risco”, disse a coordenadora Heloísa Malavasi.
A coordenadora também reforça que se houve contato com essas áreas vegetadas, em parques ou na zona rural, é preciso fazer uma inspeção cuidadosa no corpo.
“O carrapato estrela é muito pequeno e pode até mesmo ser confundido com alguma pinta. É preciso ter atenção especial às regiões mais quentes do corpo como virilha, atrás do joelho e atrás do pescoço”, adverte.