Passar por uma consulta médica é uma tarefa corriqueira, mas para alguns pode representar um grande desafio, principalmente quando se envolvem crianças. É com o objetivo de amenizar os traumas gerados entre os pequenos por uma simples visita a um consultório que a pediatra de Campinas, Kesianne Marinho, está lançando o livro infantil “A médica e eu”.
Contado do ponto de vista da criança, a obra trata a relação médico–paciente por meio da história de um menino que relata suas idas ao pediatra desde bebê, mas que, com o passar do tempo, ficou com medo das consultas.
Com ilustrações de Ana Paula Azevedo, o livro aborda, de forma lúdica, a importância de acolher com respeito e paciência os medos da criança. Nas páginas também há dicas de como os profissionais da saúde podem conduzir as consultas e conquistar a colaboração desses pacientes ao longo dos atendimentos através de práticas humanizadas e gentileza.
“Espero que este livro possa encorajar as crianças, que são os protagonistas das consultas pediátricas, auxiliar as mães que passam por esse tipo de dificuldade com seus filhos e apoiar os profissionais da saúde para que consigam realizar seu trabalho de forma mais tranquila”, diz a pediatra e autora.
Distúrbio
O medo de ir ao médico tem nome: latrofobia ou iatrofobia, um distúrbio popularmente conhecido como a “síndrome do jaleco branco”, que acomete tanto adultos quanto crianças. Para quem sofre com isso, a ida ao consultório costuma vir acompanhada por aceleração dos batimentos cardíacos, suor, náusea, ansiedade e até choro.
Em alguns casos, até os níveis de pressão arterial sofrem alteração e podem causar problemas cardiovasculares a longo prazo, como aponta um estudo da Penn Medicine – clínica de pesquisas da Universidade da Pensilvânia. Essas alterações de pressão já foram, inclusive, identificadas entre as crianças, conforme artigo publicado pela National Library of Medicine.
No caso das crianças, o medo de ir ao médico pode estar associado a algum evento traumático, como uma internação ou algum exame invasivo realizado em algum momento na infância.
“É importante tentar descobrir o motivo que deixa a criança com medo para buscar formas de trabalhá-lo, pois o imaginário dela pode criar situações que não aconteceram e nem vão acontecer”, explica a médica Kesianne Marinho. “A criança precisa de previsibilidade para ficar tranquila, por isso deixá-la tocar os equipamentos médicos do consultório e explicar tudo o que será – e o que não será – feito é fundamental para conquistar sua confiança e colaboração”, completa.
Após presenciar inúmeras situações de medo de seus pacientes no consultório e ter que lidar com o mesmo sentimento na própria filha ao passar por consultas, a pediatra buscou opções de livros infantis sobre o tema. Mas, para sua surpresa, não encontrou nada sobre o assunto. “Sabendo que um livro infantil poderia ser muito útil para mim mesma, como mãe e profissional, para outras mães e para demais profissionais da saúde, decidi escrevê-lo”, conta a pediatra.
SERVIÇO
O livro “A médica e eu” já está disponível para compra no site da Much Editora através do link: https://mucheditora.com/products/a-medica-e-eu-uma-historia-de-apoio-a-criancas-com-medo-das-consultas.