França e Argentina disputam neste domingo (18), a partir das 12h (de Brasília), em Lusail, a decisão da Copa do Mundo do Catar e o direto de ser chamado de tricampeão mundial. A expectativa do planeta todo é por um duelo no mais alto nível entre Kylian Mbappé e Lionel Messi, os camisas 10 e protagonistas das pistas europeias e sul-americanas, respectivamente.
Mas estamos falando de futebol, né? Então, nada impede que algum outro jogador bem menos consagrado faça a diferença e saia da partida do fim de semana com o posto de “homem que decidiu a Copa”.
O FIFA+ relembrou as grandes atuações individuais da história das decisões de Mundiais. Algumas delas foram protagonizadas pelas estrelas dos times campeões. Outros, por atletas que não eram mais do que meros coadjuvantes até atraíram para si todos os holofotes.
Alcides Ghiggia, Uruguai 2×1 Brasil, 1950
A decisão da Copa-1950 não foi uma final propriamente dita, mas sim a partida que encerrou um quadrangular entre as quatro melhores equipes do Mundial e que, por coincidência, colocou frente a frente as duas seguidas ainda com chance de título. Apesar desse detalhe técnico, não faltou emoção no jogo que deu o bicampeonato ao Uruguai.
Ao Brasil, bastava um empate para fazer a alegria das 174 mil pessoas que entupiram o estádio do Maracanã. Já os uruguaios não tinham outra opção para não vencer os rivais continentais.
A seleção da casa liderou tranquilamente a partida até os 21 minutos da etapa final, quando Juan Alberto Schiaffino conquistou o empate. O resultado ainda foi insuficiente para o Uruguai. Então, treze minutos depois, Alcides Ghiggia bateu cruzado, venceu o goleiro Barbosa e fez um gol que atormentou o torcedor brasileiro por décadas a fio.
Pelé, Brasil 5x 2 Suécia, 1958
O “Rei do Futebol” é o único jogador que pode falar que realmente brilhou em duas finais de Copas do Mundo. Em 1970, foi ele o principal da máquina comandada por Zagallo que derrotou a Itália e deu o tricampeonato mundial à equipe canarinho.
Mas, doze anos antes, quando ainda era um adolescente que nem havia chegado à maturidade, Pelé estreou no jogo mais aguardado por qualquer atleta que escolheu o futebol como profissão com uma atuação de gala contra a Suécia.
Com direito a dois gols marcados contra os donos da casa, o camisa 10 registrou seu nome na história como o protagonista da decisão que colocou o Brasil na lista de campeões mundiais, uma lista que posteriormente passaria a ser dominada pelo país.
Geoff Hurst, Inglaterra 4 x 2 Alemanha Ocidental, 1966
Sabe aquela história do homem certo na hora certa e no lugar certo? Geoff Hurst representa perfeitamente esse arquétipo.
O herói do único título mundial da Inglaterra começou a Copa-1966 como reserva e só ganhou uma chance como titular por conta de uma lesão sofrida pelo artilheiro Jimmy Greaves, na final da fase de grupos.
Hurst aproveitou a oportunidade que recebeu e fez o gol que venceu nas quartas de final contra a Argentina. Foi então que o técnico Alf Ramsey profetizou: “Você venceu uma vez. Agora, pode ir lá e vencer outra vez.”
E foi exatamente o que Hurst fez. Na decisão contra a Alemanha Ocidental, ele meteu três bolas nas redes e consagrou a Inglaterra como campeã mundial. Até hoje, esse é o único hat-trick anotado em uma final de Copa.
Gerd Müller, Alemanha Ocidental 2 x 1 Holanda, 1974
Um dos maiores artilheiros da história do futebol mundial, o alemão marcou dez vezes na Copa-1970 e já confessou ter ficado incomodado por ter balançado as redes em apenas quatro oportunidades na decisão seguinte, disputada em casa.
A “frustração” só não foi maior por conta de duas razões nada módicas: a primeira é que ele conquistou o título com sua seleção; o outro, que o gol que definiu a vitória de virada sobre a Holanda, na decisão, saiu dos seus pés.
“Um dia antes da final, li em um jornal que um vidente disse que a Holanda venceria. Perdi muito sono naquela noite, pensando nisso e esperando que não se tornasse realidade. Quando vencemos por 2 a 1, foi uma sensação mais maravilhosa”, disse Müller, ao ser questionado pela FIFA sobre sua experiência mais marcante em Mundiais.
Marco Tardelli, Itália 3 x 1 Alemanha Ocidental, 1982
O grande nome da campanha do tricampeonato mundial da Itália foi Paolo Rossi, o responsável pela eliminação do Brasil na Copa-1982 e também vencedor da Chuteira de Ouro do torneio.
Mas a imagem que entrou para a história como resumo do título é a de outro jogador, Marco Tardelli, gritando enlouquecidamente após marcar o gol mais importante da sua carreira, na decisão contra a Alemanha Ocidental.
O então meio-campista da Juventus anotou o segundo tento da Azzurra na partida (o primeiro foi de Paolo Rossi). Depois, Alessandro Altobelli ainda fez mais um antes de Paul Breitner descontar para os alemães.
Zinédine Zidane, França 3 x 0 Brasil, 1998
A entrada da França no grupo das trilhas campeãs mundiais foi uma obra produzida pela cabeça de Zidane. Foi com duas cabeças do dono da camisa 10 que os Bleus abriram caminho para a vitória por 3 a 0 sobre o Brasil e a conquista do título inédito.
Curiosamente, a campanha do meio-campista na Copa-1998 foi bastante turbulenta. Zidane foi expulso ainda na fase de grupos e pegou dois jogos de suspensão. Ele só resistiu nas quartas de final contra a Itália e aí começou a mostrar que seria o cara que decidiria o Mundial.
“Foi incrível ver como uma grande competição como a Copa do Mundo pode unir as pessoas”, disse o capitão Marcel Desailly, que nasceu em Gana e cresceu na França. “Se Zidane [filho de argelinos ou Lilian Thuram [originário de Guadalupe] marcavam, todo mundo comemorava e ninguém se importava se estava abraçando uma pessoa negra, amarela ou azul.”
Ronaldo, Brasil 2 x 0 Alemanha, 2002
O Fenômeno sofreu uma convulsão horas antes da decisão contra a França e foi para a final da Copa-1998 longe das condições físicas e psicológicas ideais. Nos quatro anos seguintes, emendou várias lesões que ameaçavam a continuidade de sua carreira até.
Por isso, o jogo do título de 2002 foi uma redenção para o camisa 9 brasileiro. Usando um corte de cabelo diferenciado (semelhante ao do personagem Cascão, da Turma da Mônica), justamente para desviar o foco da imprensa de outros assuntos, Ronaldo brilhou em Yokohama.
Foram dois gols contra o badalado Oliver Kahn. Uma atuação que lhe rendeu o direito de ser campeão mundial como titular (tendo ganho a Copa em 1994, mas como reserva não utilizada) e também de faturar a Chuteira de Ouro.
Andrés Iniesta, Espanha 1 x 0 Holanda, 2010
Ao lado de Sergio Busquets e Xavi Hernández, Andrés Iniesta formou um trio de meio-campo que conquistou todos os títulos possíveis com os camisas do Barcelona e da seleção espanhola.
Mesmo com uma carreira cheia de glórias, não há dúvidas sobre qual é o momento mais marcante da trajetória de Iniesta nos gramados.
Doze anos atrás, em Joanesburgo, o meio-campista fez simplesmente o gol mais importante da história do futebol espanhol. Foi ele que tirou o zero do placar na prorrogação contra a Holanda e transformou a Roja em uma seleção campeã da Copa do Mundo.