No verão, assim como os humanos, os animais de estimação também sofrem com as altas temperaturas. Proteger a pele dos raios solares é de extrema importância para evitar problemas como queimaduras, envelhecimento precoce e, principalmente, o câncer de pele. Segundo o professor Francis Flosi, diretor da Faculdade Qualittas e médico-veterinário, essa medida preventiva também deve chegar aos cães e aos gatos. “A radiação ultravioleta afeta os animais da mesma forma e pode causar problemas de pele quando há exposição constante ao sol, principalmente nos pets de pele clara.
Segundo o veterinário, as doenças de pele nos cães e gatos, entre elas o câncer de pele, estão entre os atendimentos mais comuns em clínicas e hospitais veterinários em todo o País.
A pele é o maior órgão do corpo e uma de suas funções é alertar quando algo não vai bem ao organismo, além de ser responsável por formar a barreira entre o corpo e o meio ambiente, evitando agressões de agentes químicos, lesões físicas e a ação de micro-organismos. De acordo com o Flosi, a pele de cães e gatos, apesar de possuir uma estrutura bem parecida com a nossa, é mais fina. Nos pets, a pele pode ter uma espessura bem variável – de 0,5 a 5 milímetros no cão e 0,4 a 2 milímetros no gato.
A pele é dividida em camadas (epiderme, derme e hipoderme) e subcamadas que constituem esta estrutura que recobre todo o corpo dos animais. “A cor do pelo é dada pela quantidade e distribuição dos diferentes tipos de melanina produzida pelos melanócitos. O pigmento melanina é particularmente importante na pele, pois protege as células dos raios ultravioletas do sol. Assim como os humanos, os pets são sensíveis aos raios UVA e UVB emitidos pelo sol. Então, quanto menos melanina, menos cor terá o pelo e a pele do cão ou gato, e mais sensível ao sol este animal será”, explica o médico-veterinário.
A pelagem densa dos cães e dos gatos forma uma barreira física, protegendo efetivamente do sol. “Onde não tem pelos, ou tem pouco, a pele normalmente é mais grossa, porém fica vulnerável à ação dos raios solares. Cães de pele clara contam com menos proteção ainda por terem menos melanina”, alerta Flosi.
A exposição excessiva pode levar ao aparecimento de queimaduras solares em diversas regiões com no focinho, nas patas e nas orelhas, que possui menor densidade de pelos. Os sinais clínicos de um tumor cutâneo em cães e gatos podem incluir o aparecimento de nódulos, coceira na região e lesões que não cicatrizam. Segundo Flosi, é importante consultar um médico- veterinário especialista em Oncologia no aparecimento destes sinais.
Confira abaixo dicas de cuidados com os pets no calor:
1. Não deixe o cão ou gato exposto ao sol por muito tempo. É importante evitar a exposição ao sol no horário entre 10h e 16h;
2. Os gatos que vivem passeando pelo telhado ou muro devem ser incentivados a permanecer protegidos;
3. Passe protetor solar no pet. No mercado você poderá encontrar produtos feitos especialmente para proteger a pele de cães e gatos. Para ser efetivo, o protetor deve ser aplicado no animal 30 minutos antes de sair ao sol, e somente nas partes do corpo pouco pelo. Também é importante reaplicar o produto a cada duas horas caso o animal continue exposto ao sol;
4. No outono e inverno, apesar da temperatura mais baixa, são comuns dias de céu claro e muito sol. Não deixe de proteger nessa época também;
5. Se for tosar o cachorro, não deixe o pelo muito curto pois a pelagem serve como proteção para a pele. Consulte um médico-veterinário especialista em dermatologia de cães e gatos. A prevenção é ainda o melhor remédio!