Segundo time com mais expulsões na Série B, problema crônico que vem assolando o time e custando pontos importantes no campeonato, a Ponte Preta voltou a sofrer desse mal e precisou jogar novamente com um homem a menos no duelo contra o Vitória, no último domingo (30), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.
A Macaca também havia encarado a mesma dificuldade de jogar com dez na partida anterior, na derrota para o CRB em Maceió, onde o zagueiro Mateus Silva desceu mais cedo para o vestiário por causa de uma tesoura violenta no adversário.
A desvantagem numérica em campo, desta vez por culpa do volante Matheus Jesus, que cometeu uma falta ríspida por trás e acabou mandado para fora numa decisão polêmica da arbitragem, acabou atrapalhando os planos do estreante técnico Pintado e estragando uma noite que havia começado de forma perfeita para os torcedores alvinegros.
O roteiro foi bem semelhante ao da partida contra o Sport, no dia 11 de junho, também no Majestoso, quando o zagueiro Fábio Sanches acertou uma cotovelada no adversário na área de ataque, num lance de escanteio nos acréscimos do primeiro tempo, e acabou prejudicando a Ponte, que estava vencendo por 1 a 0 e sofreu o empate minutos depois.
Iniciando o segundo turno com expectativas de um desempenho bem melhor do que conseguiu apresentar na primeira metade da competição sob o comando do técnico Felipe Moreira, a Macaca realmente parecia outra equipe no começo da partida.
A equipe chegou a abrir 2 a 0 nos primeiros 15 minutos iniciais, com um belo gol de cabeça de Léo Naldi e um extraordinário voleio de André, digno de placa, mas um carrinho por trás de Matheus Jesus, aos 17′, colocou tudo a perder e os visitantes buscaram o empate no segundo tempo. Um verdadeiro balde de água fria.
“Matheus Jesus veio se desculpar no intervalo, mas isso não pode acontecer com um profissional com a história e a experiência dele. Ele vai ser cobrado, principalmente pela importância que tem aqui dentro, mas isso vai acontecer com as portas fechadas, falando a verdade sempre, entendendo que todo mundo tem direito a errar, só não pode repetir o erro”, afirmou o técnico Pintado, em entrevista coletiva concedida após a partida no Majestoso.
Essa foi a segunda expulsão direta do volante de 26 anos na atual edição da Série B. Na outra ocasião, ele se desentendeu com o centroavante Jeh logo após o apito final do duelo contra a Chapecoense, na Arena Condá, em abril. Mas não houve interferência no resultado final, apenas refletiu no jogo seguinte.
“Foi o segundo jogo seguido que perdemos um homem expulso. Jogar três quartos da partida com um a menos é complicado. Temos que ter equilíbrio emocional e isso é minha responsabilidade”, destacou Pintado.
Com sete cartões vermelhos recebidos em 20 jogos da Série B, a Ponte Preta só não é mais indisciplinada nesse quesito do que o antepenúltimo colocado Avaí, que já perdeu oito jogadores por causa de cartão vermelho no campeonato. “Ali dentro de campo, com o sangue quente, o lance do Matheus Jesus não seria expulsão no meu tempo de jogador. O árbitro deixou muitas dúvidas para nós. Não sei se para o Vitória ele expulsaria”, questionou Pintado.
O comandante pontepretano também ficou na bronca com a arbitragem em razão de uma possível falta na origem do gol de empate dos visitantes, marcado pelo atacante Iury Castilho, que balançou as redes pelo novo clube apenas cinco minutos depois de sair do banco de reservas, em sua estreia com a camisa do Vitória. Ele havia sido contratado no início da semana.
“No lance do segundo gol do Vitória, é muito claro que o Felipinho foi desequilibrado. O VAR contra nós foi bem rigoroso, bem atento, viu muita coisa contra a Ponte, mas não teve os mesmos olhos para o outro lado”, esbravejou Pintado.
“Gostaria de estar falando da entrega e do bom primeiro tempo da nossa equipe, ainda que com um a menos. Cumprimos o que planejamos, mas infelizmente fomos prejudicados, o que nos deixa tristes, pois a gente sofre tanto, fica sem dormir e não pode aceitar isso. Existe trabalho sério e árduo, com muita gente envolvida”, A diretoria já está tomando as providências.
“Jogamos contra o campeão do primeiro turno, uma equipe que estava líder. Fica fácil vir aqui e falar que eu resolvi tudo em uma semana tudo, mas isso seria mentira e covardia da minha parte, por não respeitar e lembrar do profissional que passou aqui antes de mim e fez um bom trabalho, construiu algo positivo. É quase impossível você mudar tudo em uma semana. Acho que o time entregou o coração para o torcedor que veio. Fico feliz que as coisas vão melhorando”, destacou Pintado, apesar de estrear com tropeço, o quarto consecutivo da equipe.