Campinas está entre as cidades paulistas que farão parte do mutirão para coleta de DNA de parentes de pessoas desaparecidas. A Polícia Científica do Estado de São Paulo iniciou nesta semana o agendamento para cadastro de perfis genéticos dessas pessoas. O mutirão começará na próxima semana.
Somente em território paulista, no ano passado, foram registrados 18.909 desaparecimentos e 16.317 encontros de pessoas. Em 2019, foram 18.913 e 15.069, respectivamente. Neste ano, até o momento, foram mais de 6,4 mil desaparecimentos e 5,5 mil encontros.
A medida faz parte de uma campanha nacional, lançada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), para estimular familiares de pessoas desaparecidas a doarem DNA para compor o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG).
O empenho e a integração entre os órgãos que atuam nessa área, aliado às novas tecnologias, tem ajudado a reduzir a espera e acabar com a angústia das famílias.
A coleta do material será realizada entre os dias 14 e 18 de junho. Parentes de pessoas desaparecidas deverão agendar o atendimento antes de comparecer ao local indicado por cada uma das Secretarias de Segurança Pública Estaduais, nas 27 Unidades da Federação, onde fornecerão dados pessoais e DNA.
O procedimento, que é voluntário, indolor e precedido da assinatura de um Termo de Consentimento, deve ser feito preferencialmente de familiares em primeiro grau da pessoa desaparecida. O material não será usado para nenhum outro fim, além da identificação do parente desaparecido.
“Esse material será encaminhado ao laboratório do Instituto de Criminalística da Polícia Científica, onde será obtido um perfil genético desse familiar, sendo inserido no sistema que faz a busca para verificar se existem familiares do indivíduo cadastrados nesse banco”, explicou a diretora do núcleo de biologia e bioquímica do IC de São Paulo, Ana Claudia Pacheco.
Essa busca é nacional, então a pessoa que faz a coleta terá seu DNA comparado nos demais estados do Brasil. Inclusive pode ser informado ao familiar se o seu DNA é compatível com o de alguma pessoa que já tenha falecido sem ser identificada.
Cadastro e locais de coleta
Em São Paulo, o agendamento é realizado por meio do site da Polícia Científica, no link http://www.policiacientifica.sp.gov.br/informacoes-agendamento/. Em razão da pandemia, é preciso agendar o atendimento antes de seguir para um dos locais de coleta. Em Campinas, a coleta ocorrerá na sede do IML, à Rua Barão de Parnaíba, 300.