A Polônia vai pedir autorização à Alemanha para enviar os seus tanques Leopard para a Ucrânia, declarou nesta segunda-feira (23) o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki.
O primeiro-ministro não especificou quando será feito o pedido, mas afirmou que a Polônia está construindo uma coligação de países e que estão prontos para enviar tanques Leopard.
“Mesmo que não haja a permissão da Alemanha, Varsóvia tomará as suas próprias decisões”, sublinhou Morawiecki, sem dar mais detalhes.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, disse no domingo (22) ao canal de televisão francês LCI que a Polônia não pediu formalmente a aprovação de Berlim para enviar alguns dos seus Leopard, de fabricação alemã, adiantando, contudo, que a Alemanha não será um obstáculo.
O primeiro-ministro polaco disse que a posição da Alemanha de “exercer pressão, faz sentido”, considerando que as palavras da ministra alemã são uma “centelha de esperança” de que a Alemanha possa participar na coligação.
Em discussão está o envio dos tanques Leopard 02, de fabricação alemã, para auxiliar as tropas ucranianas, a que a Berlim tem resistido. Na última semana foi impossível desbloquear o envio destes veículos de combate durante uma reunião dos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Ramstein, na Alemanha.
Berlim tem sido pressionada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para autorizar o envio destes tanques e por Washington, assim como pela generalidade dos países da União Europeia (UE) e da Otan.
Do outro lado, Moscou já deixou avisos que o fornecimento de tanques poderá ser encarado pelo Kremlin como um escalar das tensões.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados-membros da UE reúnem-se hoje em Bruxelas para discutir o apoio à Ucrânia, entre outros assuntos.
A invasão da Rússia à Ucrânia, que começou há quase um ano, continua a ser o assunto dominante nas reuniões dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e a primeira reunião de 2023 não vai ser exceção. Em cima da mesa está o apoio que os Estados-membros prestam a Kiev há praticamente um ano e como melhorá-lo daqui para a frente.
(Agência Lusa)