A disparada nos preços dos combustíveis tem atormentado a vida de motoristas de Campinas. Em determinados postos de revenda da cidade, o litro da gasolina comum bateu, nesta terça-feira (26), em R$ 6,29.
O valor desta semana supera os praticados na semana passada, quando pela primeira vez no ano, rompeu a cada dos R$ 6,00. Segundo os últimos dados consolidados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), na semana de 17 de outubro a 23 de outubro, a média do preço da gasolina comum em Campinas foi de R$ 5,990, mas houve casos de postos em que o preço chegou a R$ 6,199.
Cobravam esse preço, segundo a ANP, um posto localizado na Rua João Batista Queiroz Jr. no Jardim Mirim; dois postos na Avenida José de Souza Campos – Jardim Conceição e Parque São Martinho e outro na Av. Dr. Antônio Barros, no Jardim Conceição.
O presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Campinas e Região (Recap), Flávio Campos, avalia que ao menos por enquanto não há perspectivas de acomodação dos preços. Para o dirigente, o mês de novembro deve vir acompanhado de novos reajustes.
Lembra que o preço do combustível está atrelado ao dólar. Diz ainda que a Petrobras tem tentado cobrir partes dos custos, numa tentativa de impactar menos no preço final, mas não sabe até quando a empresa vai manter esse tipo de procedimento. Além disso, a estatal já informou que terá de importar diesel S10. Isso, analisa ele, deve alimentar novos aumentos.
O dirigente cita outros fatores complicadores. O País vive uma crise hídrica e passa a depender cada vez mais de usinas termelétricas, que usam diesel para funcionamento. Lembra ainda que a retomada da economia tem dado sinais de melhora após o avanço da vacinação e que essa retomada vai exigir ainda mais do modal rodoviário.
Por fim, ele avalia que o preço final ainda tem o componente político. “Cada vez que o presidente abre a boca, o dólar sobe e isso impacta em toda a economia”, finaliza.
Flávio Campos diz que o aumento determinado ontem (25) pela Petrobras deverá começar a ter um impacto mais claro nos postos de combustíveis a partir de quinta-feira desta semana.
Aumentos
A escalada de alta nos preços nesta semana já é consequência da decisão de ontem (25) da Petrobras, que autorizou um novo reajuste para os preços da gasolina e do diesel e que, a partir desta terça (26), foram reajustados em suas refinarias.
O litro da gasolina vendido pela empresa às distribuidoras passou de R$ 2,98 para R$ 3,19, o que representa um aumento de R$ 0,21 ou de cerca de 7%.
A Petrobras afirma que a parcela da gasolina vendida nas refinarias no preço final do produto encontrado nos postos chegará a R$ 2,33, com um aumento de R$ 0,15. A variação é menor que os R$ 0,21 de reajuste nas refinarias porque a gasolina tem uma mistura obrigatória de 27% de etanol anidro.
Já o litro do diesel passa a ser vendido por R$ 3,34 nas refinarias da Petrobras, o que representa um aumento de cerca de 9% sobre o preço médio atual, de R$ 3,06.
No caso do diesel, a Petrobras calcula que o impacto para o consumidor final seja um aumento de R$ 0,24, porque o diesel vendido nos postos tem uma mistura obrigatória de 12% de biodiesel.
A Petrobras justifica que os reajustes no preço garantem que o mercado “siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento”.
“O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para o mês de novembro de 2021”, diz a empresa em nota.
“Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio”, conclui a estatal. (Com informações da Agência Brasil)