Um relacionamento amoroso com denúncias de estupro, chantagens e golpe repercute entre a população de Nova Odessa. O caso, que envolve o prefeito da cidade, Claudio José Schooder, o Leitinho, e uma empresária, está sob investigação da polícia. Ambos trocam acusações. Nesta semana, Leitinho postou um vídeo nas redes sociais no qual se defende das denúncias de abuso. Já a mulher obteve uma medida protetiva concedida pela Justiça.
Leitinho admite que teve um relacionamento com a empresária, proprietária de uma assessoria de prestação de serviço parlamentar. Ambos teriam se conhecido quando a empresa foi contratada pela Prefeitura de Nova Odessa.
A mulher acusa o prefeito de estupro e diz em ocorrência que o crime aconteceu no início deste ano em um hotel, em Campinas. Já Leitinho, além de negar o crime, diz ser vítima de um golpe.
Segundo relato da empresária à polícia, Leitinho entrou em contato com ela por volta das 22h do dia 31 de janeiro no hotel onde estava hospedada. A empresária alegava que não passava muito bem, mas, mesmo assim, ele teria ido ao local. Após conversarem um pouco, o prefeito fez menção de ir embora, mas voltou e a estuprou, relata a vítima. Ela diz ainda que recebeu ameaças antes dele deixar o quarto do hotel.
A empresária conta que teve sangramento e dores após o ato violento e, no dia seguinte, retornou ao Distrito Federal, onde tem residência e fica a sede de sua empresa. Alega também que não registrou boletim de ocorrência na ocasião por medo de ser prejudicada por Leitinho.
Entretanto, mudou de ideia depois de, segundo ela, ser perseguida e monitorada pelo prefeito. A vítima garante que teve de mudar de endereço por diversas vezes para fugir das perseguições. E que buscou uma medida protetiva da Justiça quando obteve informações de que o chefe do executivo de Nova Odessa estava com viagem marcada para o Distrito Federal para encontrá-la. Ela alega que ficou temerosa de um provável acerto de contas.
A medida protetiva foi concedida no último dia 30 pelo juiz Fellipe Figueiredo de Carvalho, do juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras (DF).
A decisão obriga Leitinho a manter distância mínima de 300 metros da vítima e o proíbe de fazer contato com a mulher por qualquer meio de comunicação. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, há um inquérito instaurado na Deam I (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher).
Defesa
Em vídeo postado nas redes sociais, o prefeito de Nova Odessa afirma que a vítima da história é ele. Durante suas argumentações, Leitinho conta a sua versão dos fatos. Garante que nunca existiu “relação sexual forçada” e que passou a ajudar a mulher quando ela alegou que estava grávida. Foram R$ 16 mil repassados à empresária, contabiliza. Acredita também que o fato está ligado a uma tentativa da oposição política da cidade em derrubá-lo.
“Passei a dar R$ 2 mil por mês para ela durante oito meses. Fiquei feliz com a gravidez. Eu seria pai com 52 anos e isso me alegrou. Comprei roupinhas, fiz enxoval e adquiri um álbum de fotografias”, conta Leitinho que, apesar do sentimento paternal, não deixou de desconfiar da mulher.
“Ela queria que eu não assumisse a paternidade. Falava que passaria a responsabilidade para um namorado dela ou para um fazendeiro milionário que ela conhecia. Eu não aceitei”, conta Leitinho, alegando que também começou a ser ameaçado. “Fui chantageado. Ela dizia que me denunciaria por abuso sexual, algo que nunca existiu. Por conta disso tudo, registrei dois boletins de ocorrência”.
O prefeito ainda alega que após ter registrado o primeiro B.O., a mulher se ligou ao grupo político que faz oposição na cidade. E descobriu, posteriormente, de que a gravidez nunca existiu.
“Fui vítima do golpe da barriga”.
Leitinho acredita que caiu numa armação e que a Justiça e Deus irão mostrar a verdade do caso. “A mentira não fica de pé”, afirma. Para ele, o cenário se configura numa perseguição política. “Os adversários fazem de tudo para puxar o nosso tapete e jogar a nossa imagem no lixo.”
Veja o vídeo gravado pelo prefeito: