Prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) decidiram convocar um representante da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para esclarecer sobre os atrasos no lançamento do edital do projeto de implantação do Trem Intercidades – que vai ligar Campinas a São Paulo.
O edital – que estava previsto para dezembro do ano passado – foi adiado para março deste ano, mas acabou não sendo publicado até agora.
Os prefeitos, que se reuniram em Arthur Nogueira nesta terça-feira (12), querem explicações da Agência sobre o andamento do processo e as razões do adiamento.
De acordo com o projeto – que deve exigir investimentos de cerca de R$ 8,5 bilhões – o Trem Intercidades deverá fazer o percurso de 101 km do centro de Campinas à Barra Funda, região central de São Paulo, em 1h04.
Terá capacidade para 800 passageiros sentados. Possui uma demanda estimada de 49 mil passageiros/dia até 2040. Já em 2050, essa demanda deverá chegar a 59 mil passageiros por dia.
O ponto de partida do TIC em Campinas deverá ser a o pátio rodoviário do Centro – onde hoje funciona a Estação Cultura.
O trecho Campinas – São Paulo prevê nove paradas, mas haverá também o serviço expresso, com parada apenas na estação de Jundiaí.
A convocação
O pedido de convocação do representante da ANTT foi apresentado pelo presidente do Conselho da RMC, o prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis (MDB), e acatado por unanimidade pelos demais chefes do Executivo municipal.
“Aprovamos a convocação de um representante da ANTT para que venha prestar esclarecimentos no Conselho de Desenvolvimento sobre a demora na licitação do Trem Intercidades”, disse Gustavo Reis.
“O Trem Intercidades é de extrema importância. Não é possível num país como o Brasil a gente continuar tendo uma linha férrea sucateada e apostando apenas no modal rodoviário”, acrescentou ele.
Segundo o governo do Estado, a MRS será responsável pelas obras de segregação das vias entre a região de Jundiaí e o centro de São Paulo.
Para isso, a concessionária de carga acertou a extensão do seu contrato com o governo federal mediante investimentos de modernização e ampliação da malha ferroviária.
Ainda de acordo com o Estado, o projeto está sendo revisto após a realização de consulta e audiência pública.
Entre as mudanças estão a ampliação do prazo de concessão de 30 para 35 anos e o aumento do investimento para R$ 10,2 bilhões.