A família de Lucas Daniel dos Santos, de 32 anos, que morreu em combate na guerra da Ucrânia, ganhou ajuda da Prefeitura de Campinas na tentativa de repatriar o corpo do campineiro. A administração municipal encaminhou ofícios ao Ministério das Relações Exteriores e ao Embaixador da Ucrânia no Brasil solicitando apoio para o trâmite de repatriação. Lucas faleceu no dia 21 de novembro.
Os parentes de Lucas superaram o primeiro desafio, que era juntar dinheiro, por meio de uma vaquinha virtual, para o traslado do corpo. Com os mais de R$ 12 mil arrecadados até o momento, já será possível pagar os custos do transporte de Brasília até Campinas. Isso porque, segundo os familiares, o governo brasileiro custeia somente o transporte de Kiev até Brasília.
Para completar os custos até o interior paulista, a irmã de Lucas, Diana Mirta de Campos, organizou uma vaquinha virtual com meta de R$ 10 mil.
O pedido de ajuda feito pela família à Prefeitura pode acelerar os trâmites burocráticos da repatriação. Os documentos assinados pelo prefeito Dário Saadi apelam para que os órgãos auxiliem no processo para que o corpo seja trazido de volta ao Brasil.
Ao embaixador da Ucrânia no Brasil foi solicitado ainda que haja ajuda para facilitar a interlocução com as autoridades ucranianas competentes, acompanhamento do processo de liberação, documentação e traslado do corpo e orientação à família e ao município sobre eventuais procedimentos adicionais.
Promessas não cumpridas
Lucas trabalhava como vendedor de carros em Campinas e deixou esposa e dois filhos. Ele havia viajado ao Leste Europeu para atuar como voluntário na linha de frente.
O campineiro deixou o Brasil em 12 de agosto motivado pela promessa de um salário mensal equivalente a cerca de R$ 25 mil e por uma indenização a ser paga à família em caso de morte, segundo relatado por sua esposa, Letícia Prado.
Apesar das promessas feitas pelo governo ucraniano, os familiares afirmam que receberam apenas R$ 7 mil nos dois primeiros meses, e que nenhum pagamento foi depositado nos meses seguintes.
Letícia, que atualmente não está trabalhando, dependia do valor para sustento da família. A vaquinha virtual continua ativa.
Lucas é o segundo brasileiro morto no conflito apenas nesta semana: o mineiro Lucas Lima, de 30 anos, teve o óbito confirmado na quarta-feira (26).











