Mesmo pressionado pela CPI da Pandemia, o presidente Jair Bolsonaro participou neste sábado (26) de um passeio de moto com apoiadores pelas ruas de Chapecó (SC), município localizado no oeste do estado, a cerca de 650 quilômetros de Florianópolis. Os motociclistas passaram por diversos pontos da cidade, incluindo um centro comercial.
Bolsonaro compareceu ao encontro após cumprir agenda na cidade, incluindo a inauguração de um centro de excelência em tecnologia 4G e visitas às obras da Arena Condá, ambos na sexta-feira (25). Em um dos pontos de concentração, ele foi recebido com gritos de “mito” e posou para fotos com os participantes.
Ao discursar, já no encerramento do ato, Bolsonaro agradeceu os apoiadores. “Não tem preço uma recepção como essa, desde o dia de ontem”, disse. “É a volta do nosso patriotismo, a volta da esperança. A certeza de que o futuro pertence a todos nós”, concluiu.
Essa é a segunda vez no ano em que o presidente cumpre agenda em Chapecó. Em abril, ele conheceu o Centro Avançado de Atendimento à Covid, hospital de campanha montado no Centro de Eventos com 75 leitos de enfermaria e 20 de unidade de tratamento semi-intensivo. Depois de mais de 200 atendimentos, a estrutura foi desativada.
CPI
A CPI da Pandemia pode comunicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o cometimento de crime de prevaricação (retardar ou deixar de praticar ato de ofício para satisfazer interesse pessoal) por parte do presidente Jair Bolsonaro. Após a reunião desta sexta-feira (25), o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que vai propor essa medida à comissão e que os fatos apontados até agora são suficientes para motivar o impeachment de Bolsonaro.
“Não tem situação mais grave do que a que nós ouvimos hoje. Não há, na história das comissões parlamentares de inquérito, nas duas circunstâncias de impeachment que nós tivemos na história republicana desde 1988, algo tão grave. Basta se reportar aos dois impeachments que já houve nos últimos 30 anos. Não chega a um terço da gravidade do que estamos vendo nesta CPI e do que nós vimos no dia de hoje”, apontou o senador.
Os depoimentos desta sexta-feira foram do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e do seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor concursado do Ministério da Saúde. Juntos, eles reiteraram à comissão a denúncia de suspeitas de irregularidades na compra da vacina Covaxin, da Bharat Biotech.
Pressionado por integrantes da comissão, o deputado confirmou que o presidente Jair Bolsonaro citou o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR) como suposto mentor por trás das supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin. (Agência Brasil e Agência Senado)