O subsecretário-geral para Assuntos Humanitário, Martin Griffiths, falou que a expectativa é que o primeiro carregamento de grãos possa deixar a Ucrânia nesta sexta-feira (29), mas detalhes para a passagem segura de embarcações ainda estão sendo discutidos.
Na última semana, a ONU celebrou a assinatura do acordo entre Rússia e Ucrânia para a retomada das exportações de grãos ucranianos e insumos russos por três portos ucranianos na região: Odessa, Chernomorsk e Yuzhny.
Para garantir a funcionalidade do acordo, a organização anunciou a inauguração do Centro de Coordenação Conjunta em Istambul. Os integrantes são altos representantes da Ucrânia, da Rússia, da Turquia e das Nações Unidas.
O chefe humanitário da ONU ressaltou as dificuldades da guerra e questões de segurança para que as embarcações sejam inspecionadas.
Outro ponto de atenção é para a retirada de minas nos portos ucranianos. As primeiras avaliações indicavam que levaria pelo menos quatro meses para que fosse feita uma completa varredura dos locais.
Para antecipar os planos, as autoridades ucranianas estão responsáveis por guiar as embarcações de forma segura na entrada e saída dos portos. Há ainda a previsão de corredores e a garantia de que os navios não serão atacados no processo de carga e descarga.
Crise de alimentos
Até agora, Martin Griffiths avalia que as negociações apontam que a operação deve ser comercialmente viável e afirma que o Programa Mundial de Alimentos deve comprar grãos da Ucrânia.
O principal objetivo do acordo é voltar aos níveis de exportação de antes do início da guerra, em 24 de fevereiro. A retomada é vista como fundamental uma vez que Rússia e a Ucrânia respondem por uma parcela importante da exportação global de grãos e insumos agrícolas.
Com o conflito em solo ucraniano e o controle russo nas principais cidades portuárias, o abastecimento de alimentos foi comprometido, resultado no aumento de preços em todo o mundo.
A estimativa de Griffiths é que com a retomada do abastecimento na região, um navio que deixe Odessa, Ucrânia, chegue em cerca de quatro semanas na Somália, um dos países mais afetados pela escassez de alimentos.