Colocar em prática todo o aprendizado e, ao mesmo tempo, vivenciar o real papel do engenheiro e do arquiteto, que é levar soluções para prédios e imóveis. Com este objetivo teve início em Campinas o Morar Melhor, projeto desenvolvido pelos alunos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário UniMetrocamp Wyden.
A meta do programa é assegurar uma condição de moradia mais saudável e segura para a população em situação de vulnerabilidade, promovendo pequenas intervenções referentes à ventilação, iluminação, infiltração e instalação elétrica em unidades habitacionais de baixa renda no município de Campinas.
A iniciativa é viabilizada por meio de parceria com as assistentes sociais da Cohab e já foi implementada em cinco unidades no Núcleo Residencial São Charbel neste primeiro ano de funcionamento.
“Trabalho há 20 anos na área de habitação de interesse social e regularização fundiária em Campinas, em contato direto com as comunidades e identificando os problemas urbanísticos, sociais e ambientais, e constatei que muitos eram extremamente fáceis de serem resolvidos, necessitando apenas de boa vontade e orientação técnica”, conta Jonatha Pereira, professor das disciplinas de Materiais e Técnicas Construtivas dos cursos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo e coordenador do programa de extensão e pesquisa Escritório de Inovação e Empreendedorismo na Engenharia da do Centro Universitário. “Em complemento, sempre defendi que os alunos precisam ver os processos na prática, é a melhor maneira de demonstrar o impacto positivo que a atuação desses futuros profissionais pode trazer à sociedade”.
O especialista destaca que, nesta fase inicial, o foco do Morar Melhor foi garantir maior salubridade às moradias.
“As unidades são selecionadas por meio de relatório de análise de vulnerabilidade social e capacidade de renda, elaborado pelas assistentes sociais da Cohab”, conta Pereira. “As principais desconformidades encontradas até agora foram pontos elétricos como tomadas, iluminação e chuveiro, caixa de gordura e necessidade de reparos em banheiros e cozinhas”, enumera. “As primeiras intervenções foram nas redes elétricas, devido a um grande histórico de curtos-circuitos e incêndios”.
Pereira lembra ainda que o núcleo da Cohab envolvido no projeto já passou pelo processo de regularização fundiária. “Os moradores receberam as matrículas e são os reais proprietários dos imóveis, esta é uma condição para participar do Morar Melhor”, informa. “Acreditamos que, conforme a regularização caminhe nos demais núcleos, poderemos pensar em ampliar a iniciativa a novas unidades, salientando que as lideranças comunitárias são sempre envolvidas e participam ativamente da iniciativa”, conclui o professor.
Como funciona
O projeto é dividido em quatro etapas: 1ª fase -vistoria preliminar, com o objetivo de identificar as desconformidades; 2ª fase – reunião para definir os projetos de intervenções e orçamentos; 3ª fase – captação de recursos e doações; e 4ª fase – realização das intervenções. No início, é organizado um grupo de WhatsApp e um perfil no Instagram para facilitar as interações.
Com o suporte das assistentes sociais da Cohab ocorre uma reunião com a liderança do Núcleo beneficiado e, estabelecida essa parceria e confiança, são iniciados os trabalhos nas unidades.
A seleção das unidades é realizada após análise dos relatórios de vulnerabilidade e capacidade de renda produzidos pelas assistentes sociais da Cohab.