Filho de um pedreiro e uma doméstica, Adriano Rodrigues conseguiu conhecer e estudar tecnologia, apesar de na época não ser uma realidade muito comum entre seus amigos e familiares. Na família, ele foi o primeiro a ter formação superior e, ainda jovem, fez carreira na área e montou sua empresa na área de tecnologia.
Inspirado por sua história e vivência, idealizou um projeto que pudesse servir de ponte entre os jovens da comunidade e o mundo da tecnologia. Foi assim que nasceu a Base Social em 2019, projeto que oferece gratuitamente, em parceria com a Fundação Feac, o programa Codifica, que ensina para jovens de 16 a 24 anos os ofícios de design de produtos e programação.
Falta mão de obra qualificada
Para se ter ideia, estima-se que até 2025 devem faltar em torno de 530 mil profissionais de tecnologia no mercado. Ou seja, para quem tem interesse e afinidade com essa área, pode ser uma opção de carreira bem promissora. Esses dados fazem parte de estudo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom).
Por outro lado, existem no Brasil atualmente cerca de 12,3 milhões de jovens que não estudam e nem trabalham.
“Muitos jovens em suas realidades não têm ideia dessas oportunidades e nem informação de como começar nessa área e sabendo do potencial que esse mercado de tecnologia. Foi com o conhecimento de que o Brasil não vai conseguir formar a quantidade de pessoas suficiente para atender as demandas internas à área que resolvemos criar esses cursos”, observa Adriano.
Adriano destaca que ao entrar na Base Social o jovem passará por três fases.
“A primeira fase é o despertar para a potencialidade dessa área, a segunda fase é a de capacitação com os cursos e no terceiro momento buscamos as empresas para inserir esses jovens no mercado de trabalho. De um modo geral temos conseguido colocar o jovem em empresas de pequeno, médio e grande porte”, conta.
Isabella Ferreira Teixeira, de 21 anos, foi uma das jovens que passou pela Base Social e conseguiu transformar sua vida.
“Eu queria muito fazer uma transição de carreira e sempre tive muito interesse na área de design de produtos. Estava vendo a possibilidade de fazer o curso, porém o investimento era muito alto. Foi quando uma amiga me falou que tinham inscrições abertas justamente para o curso que eu queria, na Base Social. Consegui entrar no curso e ainda arrumei um emprego na área, com a indicação da Base Social. Agora sou voluntária no mesmo curso que fiz e passo para eles minha experiência e incentivo eles a seguirem em frente, pois vale muito a pena”, relata a jovem.
Inscrições abertas Programa Codifica
Você conhece algum jovem que tem entre 16 e 24 anos e gostaria de fazer um curso na área de tecnologia, mas acaba esbarrando na questão financeira?
A Base Social, por meio do Programa Codifica, em parceria com a Feac, está com inscrições abertas para os cursos de design de produtos e programação que contará com novas turmas em agosto.
Vale destacar que não é necessário ter experiência prévia e que a Base fornece todos os equipamentos necessários para o curso para aqueles que não os possuem (computadores, internet, webcam, entre outros). Eles ainda têm uma bolsa-auxílio concedida a 25% dos jovens participantes.
Para quem se interessar, as inscrições estão abertas até o dia 25 de junho e podem ser feitas pelo site da Base que é o http://www.basesocial.org.
Kátia Camargo é jornalista e não entende muito do universo da tecnologia, mas lembrou de uma canção do Gilberto Gil, nem tão atual, mas visionária: Música e Trabalho pela Internet: