Um projeto realizado pelo Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte (LAP), da Unicamp, levará arqueologia e história sobre a ditadura às escolas públicas de Campinas. O LAP possui a guarda provisória dos cerca de 300 artefatos encontrados em 2023 durante as escavações no prédio do DOI-Codi em São Paulo, um dos centros de detenção e tortura mais ativos do país durante a ditadura militar.
Uma maquete 3D do prédio do DOI-Codi e materiais didáticos sobre o tema serão produzidos para apresentação a estudantes.
O LAP foi contemplado em um edital da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) para a realização de um projeto de extensão em escolas públicas de Campinas, direcionado a alunos do ensino fundamental II e ensino médio.
A maquete ajudará os alunos a conhecerem a estrutura e organização do DOI-Codi e, como apoio, o material didático ajudará a fomentar debates relacionados ao período da ditadura.
No ano passado, escavações arqueológicas foram realizadas no antigo Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão ligado ao Exército, onde ocorreram torturas e mortes de opositores da ditadura militar (1964-1985).
A investigação foi realizada por pesquisadores da Unicamp e das Universidades Federais de São Paulo (Unifesp) e de Minas Gerais (UFMG).
Criado em 1969 por uma parceria entre o Exército e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o DOI-Codi foi um espaço marcado pela violação dos direitos humanos. Estima-se que mais de 7 mil pessoas tenham sido torturadas no local.
O complexo de cinco prédios foi tombado pelo Condephaat em 2014, a fim de conservar as instalações e possibilitar que pesquisas históricas gerem conhecimentos sobre a repressão política da época. (Com informações da Unicamp)