Um plano de revitalização do Centro de Campinas elaborado pelo Secovi – o sindicato do setor imobiliário – apresentado nesta quarta-feira (22) ao prefeito Dário Saadi (Republicanos) prevê uma série de medidas de recuperação da região central da cidade, entre elas, a criação de uma área que foi chamada de “macrocentro”.
Entre as propostas para a ocupação mais produtiva do Centro está a reativação de serviços esquecidos pelas administrações municipais nas últimas décadas, como o de bonde – que seria uma opção tanto de mobilidade quando de exploração turística – e a operação de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e que ligaria os pontos turísticos e históricos da região.
O plano prevê também, a instalação de uma praça semelhante a Praça do Lago dos Cisnes, onde hoje está o terminal Central de ônibus urbano. A praça instalada ali, deixou de existir em meados dos anos de 1980.
Também receberiam requalificação equipamentos públicos como Museu da Cidade e do Mercadão e restabelecido o uso cultural de locais como o Palácio da Mogiana, dos Azulejos e da Justiça.
“Requali”
A regional Campinas do Secovi chamou o plano de “Requali Centro Campinas” e traz sugestões práticas para requalificar edificações da área central da cidade para uso habitacional, incentivando mais moradias na região e, com isso, atrair investimentos, como comércios e serviços.
A diretora Regional e de Administração Imobiliária e Condomínios da Regional Secovi em Campinas, Kelma Tavares de Camargo, propôs um “abraço no centro da cidade”, assim como a entidade abraçou a iniciativa da revitalização do espaço.
“Nós estamos aqui para ajudar, trazer sugestões, a partir de planos e projetos já desenvolvidos em outras cidades que podem dar certo em Campinas, com parcerias entre o público e o privado”, disse.
Centro expandido
O caderno de sugestões “Requali Centro Campinas” foi apresentado ao prefeito e secretários pelo diretor de Gestão Patrimonial e Locação da Regional Secovi Campinas, Daniel Aranovich. Segundo ele, o objetivo da proposta é “voltar a viver e conviver no centro; sair da espiral negativa de desocupação para uma espiral positiva para o centro”.
A definição da região central adotada no estudo parte de um zoneamento expandido, um “macrocentro”, cobrindo uma área de mais de dois milhões de metros quadrados.
Dentro desse espaço, o modelo divide zonas por vocação de uso, levando em conta empreendimentos e ocupações que já existem hoje e poderiam ter seu potencial explorado.
São áreas para entretenimento, lazer e cultura, com polos gastronômicos; de serviços médicos, como clínicas e hospitais, e hotelaria correlata; imóveis para moradia, que atrairiam um novo perfil de morador e serviços e comércios para atender a esse público; revitalização da região de comércio, serviço e hotelaria que hoje já ocupam o centro; área institucional, como um centro cívico, com equipamentos públicos diversos.
Fio condutor
O fio condutor é “trazer o morador de volta para o centro da cidade”, destacou Daniel Aranovich, lembrando que a ocupação também contribuiria com mais segurança.
A mobilidade da área é fator fundamental da proposta. Um modelo de transporte público ágil e de energia limpa, como bondes elétricos, por exemplo, seria uma proposta para tirar veículos desta área e ampliar o paisagismo, espaço para pedestres e ciclistas.
Carrosséis
O perímetro da grande área do macrocentro seria servido por um “carrossel principal” com 12 pontos de parada do transporte coletivo, que poderia ser o modelo de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), e conectaria pontos turísticos e históricos de Campinas.
Ao redor, haveria bolsões de estacionamento para que as pessoas pudessem deixar seus carros e acessar o centro pelo modal. Outros quatro “carrosséis internos” fariam a interligação do fluxo de transporte de passageiros.
Para viabilizar os investimentos, o Poder Público municipal implantaria uma política de estímulo para a ocupação do centro, com parcerias público-privadas e também isenções de impostos e taxas por período determinado.
“Proposta fantástica, que precisamos sentar, avaliar e ver como é possível colocar em prática”, disse o prefeito Dário Saadi, explicando que a requalificação da região mais degradada do centro de Campinas deve ser a prioridade.