Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, nesta quarta-feira (16), o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, disse que a situação da pandemia de covid-19 no Brasil seria melhor se tivesse ocorrido um “diálogo” entre os governos estaduais e federal. Witzel acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de deixar os governadores “à mercê da desgraça que viria”, se referindo à pandemia de Covid. Após mais de quatro horas de depoimento, Witzel pediu para sair e a sessão foi encerrada. Decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu um habeas corpus a Witzel que permitia a ele não comparecer ao depoimento.
Witzel relatou à CPI que tanto governadores como prefeitos ficaram desamparados. “Os governadores, prefeitos de grandes capitais e pequenos ficaram totalmente desamparados do apoio do governo federal, isso é realidade inequívoca documentada em várias cartas que encaminhamos ao presidente da República”, afirmou. O político sugeriu ao relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que todas essas cartas sejam encaminhadas à CPI e constem do relatório.
Perguntado sobre a cooperação entre o Ministério da Saúde e os governos estaduais durante o tempo em que esteve como governador, Wilson Witzel disse que diversos pedidos, feitos por meio de ofício, de hospitais de campanha e insumos enviados pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro ficaram sem resposta. “O nível de cooperação foi praticamente zero”, afirmou.
O ex-governador disse ainda que foi um dos primeiros a implementar o isolamento social, inclusive determinando o fechamento de praias. Ele relatou à CPI que questionou o governo federal sobre a demora no auxílio emergencial, mas que não havia respostas claras aos governadores.
Réu
Também nesta quarta (16), a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador Wilson Witzel e outras 11 pessoas acusadas de integrarem uma quadrilha que teria praticado vários crimes contra o Estado do Rio de Janeiro.