O Bosque dos Jequitibás, fechado desde 24 de janeiro, não irá reabrir ao público tão cedo. A Prefeitura de Campinas aguarda a autorização do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão estadual, para fazer o manejo das árvores e então reabrir o parque. O problema é que, segundo a Prefeitura, o parecer do conselho sairá apenas após 30 de junho.
O controverso manejo, motivo de protestos de grupos ambientalistas, pretende substituir árvores que podem oferecer riscos aos visitantes por novas mudas nativas da mata atlântica.
Na última semana, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo informou que tentou mais um contato com a Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH), o braço técnico e executivo do Condephaat, para saber se há retorno sobre o contato do dia 17 de maio, quando o município solicitou atualizações sobre o andamento deste processo. Até este momento, a informação é que o processo está com um conselheiro do órgão e aguarda parecer até o dia 30 de junho.
O Comdema (Conselho Municipal do Meio Ambiente) contesta a necessidade de extração de 108 árvores no Bosque dos Jequitibás, apontada como necessária pela Secretaria de Serviços Públicos. No final de dezembro passado, a queda de uma árvore provocou a morte do técnico em eletrônica Guilherme da Silva de Oliveira Santos, de 36 anos – a figueira caiu sobre o carro que era guiado pela vítima.
Tombamento
O Bosque dos Jequitibás é tombado como patrimônio cultural e histórico. É um dos parques públicos mais antigos da cidade. Por isso, para fazer o manejo das árvores e reabrir o parque, é necessário ter autorização de ambos os Conselhos ligados ao patrimônio histórico. O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), que é municipal, aprovou a intervenção no Bosque dos Jequitibás no dia 23 de março.
As tratativas com o Condephaat tiveram início no fim de março, dia 30, quando foi enviado um ofício com a solicitação da análise das árvores do Bosque. No dia 26 de abril houve uma reunião presencial, entre as equipes técnicas do Condepacc e do Condephaat, na qual este assunto foi discutido.
Manejo
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Campinas já havia feito o manejo periférico das árvores do Bosque, que estavam com inclinação sobre a rua. O laudo técnico feito pelo Departamento de Parques e Jardins (DPJ) aponta a necessidade de extração de 108 de árvores na parte interna do Bosque dos Jequitibás.
A poda das árvores provocou reação de grupos ambientalistas da cidade. O coletivo ambiental SOS Piçarrão protocolou uma ação cautelar no Ministério Público solicitando a suspensão das intervenções realizadas pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos.